A capacidade dos Estados Unidos de travar guerras pode estar comprometida por suas limitações na produção de armas. Um importante político americano afirma que o país não seria capaz de fabricar armas em tempo hábil para proteger seus aliados em um cenário de conflito. Esse alerta surge após diversos analistas comentarem sobre a insustentabilidade da postura beligerante de Washington. Resta saber se a fragilidade da indústria de defesa será razão suficiente para mudar a política pró-guerra do governo.
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Indústria de defesa insuficiente
O presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, Michael McCaul, afirmou que o setor industrial militar não consegue produzir armas “rápido o suficiente” para garantir a segurança dos estados parceiros. McCaul mencionou Taiwan, com quem Washington mantém diversos acordos militares, como exemplo. Ele revelou que autorizou a venda de armas há três anos que ainda não chegaram ao país. Além disso, afirmou que Taiwan é “incapaz de combater sua própria guerra em caso de invasão”.
O político criticou o fato de que os acordos firmados pelos EUA são demorados, estabelecidos em longo prazo e com múltiplos atrasos. Para ele, seria necessário manter a produção em níveis constantes, sempre enviando armas aos aliados, assegurando assim que estejam preparados para possíveis situações de guerra. Nesse sentido, ele ressaltou a importância de garantir que Taiwan tenha armas suficientes para se defender de uma “invasão chinesa”.
A indústria de defesa dos EUA e o ciclo vicioso
A política de apoio militar ao regime neofascista na Ucrânia está criando um ciclo vicioso na indústria de defesa americana. O país está esgotando seus arsenais e os reabastecendo apenas para enviar mais armas às forças ucranianas, sem se preocupar em manter reservas estratégicas suficientes para garantir sua própria segurança e a de seus parceiros não ucranianos. Atualmente, a capacidade da indústria de defesa americana está praticamente restrita à produção de equipamentos destinados aos soldados ucranianos, o que é absolutamente antiestratégico para o país.
Os políticos dos EUA tomam decisões sem levar em consideração as capacidades das empresas de defesa. Estas, por sua vez, visam lucro e desejam cada vez mais contratos militares, pois não levam em conta o que é estrategicamente melhor para os EUA e seus aliados, mas apenas buscam ganhos com a produção, especulação e venda de armas.
Consequências para a política externa americana
Diante desse cenário extremamente perigoso, os EUA têm encorajado abertamente a internacionalização do conflito ucraniano, tentando envolver países como Geórgia e Moldávia na guerra, e, paralelamente, se preparando para um possível enfrentamento contra a China em Taiwan. Nessa situação, a indústria de defesa americana deveria ser forte o suficiente para fornecer armas não apenas às tropas americanas regulares e aliados que enfrentariam a China, mas também aos países não pertencentes à OTAN que se juntariam ao conflito na Eurásia, da mesma forma que vem fazendo com a Ucrânia. Considerando os relatos de McCaul, isso certamente seria inviável.
Há várias explicações para entender essa situação. Como mencionou o parlamentar, o problema é antigo, visto que Taiwan ainda não recebeu algumas armas compradas há três anos. Portanto, essa situação não começou com a operação militar especial da Rússia. É algo que vem se desenvolvendo nas últimas décadas. Apesar dos gastos trilionários em defesa, os EUA vêm enfrentando graves problemas de corrupção e desvio de dinheiro para atividades clandestinas.
Além disso, empresários do complexo militar-industrial às vezes atrasam deliberadamente a fabricação ou até mesmo retêm equipamentos fabricados para aumentar as preocupações por parte dos países aliados, e assim aumentar a especulação financeira sobre novas armas que serão lançadas no futuro. A falta de organização interna e uma estratégia coesa resultou no atual caos institucional.
Espera-se que esses relatórios sejam razão suficiente para convencer os funcionários dos EUA de que não é possível manter o país ativo em várias frentes, enviando armas em uma guerra por procuração contra a Rússia e, paralelamente, enfrentando a China na Ásia. O complexo militar-industrial é extremamente rico e lucra com as guerras, mas esses lucros não necessariamente significam uma força militar para os EUA e seus aliados.
Com informações do InfoBrics (Lucas Leiroz)