Foto: Katie Mähler -Sea Shepherd Brasil

O IBAMA realizou mais uma etapa da Operação Mota, fiscalizando o cumprimento da moratória da Piracatinga (Calophysus macropterus) em Manacapuru, próximo a Manaus. A pesca e comercialização da Piracatinga estão proibidas em todo o território nacional desde 2015.

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Durante a operação, foi flagrado o armazenamento de 1,6 toneladas de Piracatinga já filetada, equivalente a 2,6 toneladas de peixe inteiro. A carga, que representa cerca de 4.500 indivíduos, se destinava à região metropolitana de Manaus, onde é vendida como filé de mapará ou piramutaba.

O IBAMA autuou uma empresa de comércio de peixes, apreendeu os animais e os devolveu ao rio. Luiz Louzada, coordenador da Operação pelo IBAMA, destacou a importância da fiscalização para garantir o cumprimento da moratória e proteger jacarés e botos, que são mortos ilegalmente para servir de isca na pesca da Piracatinga.

A Sea Shepherd Brasil, organização sem fins lucrativos de proteção da vida na água, deu suporte à operação. Nathalie Gil, presidente da organização, ressaltou a preocupação com a preservação dos botos e jacarés e a questão de saúde pública relacionada ao consumo da Piracatinga.

A pesca e comércio de Piracatinga são proibidos no Brasil devido à ameaça que representam para os botos cor-de-rosa e jacarés, usados como isca na pesca deste peixe. A moratória vigente até junho deste ano deve ser reavaliada para possível extensão.

Além de ser um problema ambiental, a Piracatinga apresenta riscos à saúde pública, pois é um peixe necrófago com altas concentrações de mercúrio e outros tóxicos danosos. Estudos mostram que a Piracatinga possui até três vezes mais mercúrio do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A Colômbia, por exemplo, já proibiu o consumo humano deste peixe devido ao alto teor de metais pesados em sua composição.