O fluxo migratório venezuelano foi o destaque da palestra do ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, durante sua participação na 15ª Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana. O evento ocorreu nesta sexta-feira (21), na capital fluminense, quando foram discutidas questões de segurança internacional, em particular a gestão de crises internacionais.

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Silva e Luna argumentou que as precárias condições socioeconômicas atuais levaram a uma crise sem precedentes no país vizinho, a Venezuela. “Com o embargo econômico, o fluxo de imigrantes venezuelanos deve continuar crescendo”, alertou o ministro.

Ele destacou a grande capacidade de o Brasil receber imigrantes, e ressaltou o caráter local da crise no território brasileiro, destacando os esforços do governo nas Operações de Controle e de Acolhida de imigrantes, para solucionar a crise. “Nossas fronteiras são abertas e são um traço de união, não de separação, com nossos vizinhos, por meio de uma política permanente de cooperação”, reforçou.

Em fevereiro de 2018, o governo criou o Comitê Federal de Assistencial Emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado pela crise humanitária, dando início, no estado de Roraima, às operações Controle e Acolhida. A primeira visa intensificar a vigilância na fronteira em coordenação com os órgãos de segurança pública.

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Ministro proferiu palestra para plateia formada por cerca de 350 participantes

A uma plateia formada por mais de 350 diplomatas, especialistas em segurança e relações internacionais, militares, acadêmicos e empresários, o ministro explicou como atua Operação Acolhida. A iniciativa está focada em três eixos principais: ordenamento da fronteira, acolhimento dos imigrantes e interiorização. A operação conta com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), além de agências governamentais e entidades filantrópicas.

A Operação Acolhida teve início em meados de março de 2018. Desde a abertura dos abrigos na capital Boa Vista e no município de Pacaraima, os imigrantes têm sido acolhidos com acomodações, três refeições diárias (até o momento mais de 9,2 mil refeições por dia, entre café, almoço e jantar) banheiros, lavanderia, atendimento médico e segurança. Atualmente, em Roraima, há 11 abrigos, com 4.942 pessoas. Cerca de 500 militares da Marinha, Exército e Aeronáutica participam da Força-Tarefa Humanitária nessa unidade da Federação.

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Operação Acolhida é responsável pelo processo de interiorização, expôs o ministro

Em sua apresentação, o ministro disse que o processo de interiorização tem o propósito de oferecer maiores oportunidades de inserção socioeconômica aos imigrantes. “Com isso diminuímos a pressão sobre os serviços públicos de Roraima”, ressaltou. Quase 2 mil venezuelanos já foram interiorizados, sendo levados para São Paulo, Mato Grosso, Amazonas, Rio de Janeiro, Paraíba, Rio de Janeiro e Distrito Federal. “O Brasil tem contribuído para a minimização do problema no âmbito regional”, completou o ministro. 

Fonte: Ministério da Defesa

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).