O submarino Humaitá (S41), desenvolvido dentro do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), da Marinha Foto: Divulgação/Marinha

A Marinha do Brasil, em uma manobra estratégica, está articulando com o senador Carlos Portinho (PL-RJ) para impulsionar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa garantir um orçamento de defesa igual ou superior a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Esta proposta, protocolada em 30 de outubro deste ano, já conta com o apoio de 30 senadores, majoritariamente da oposição.

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Mobilização Interna e Apoio Popular

Horas após a proposta ser protocolada, oficiais do Estado-Maior da Marinha iniciaram uma campanha interna para mobilizar apoio popular à PEC. Mensagens circularam entre os marinheiros, incentivando votos favoráveis na página do Congresso, refletindo um esforço para demonstrar apoio popular à iniciativa.

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Desafios Orçamentários e a Necessidade de Reaparelhamento

O comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen, expressou seu apoio à PEC, embora não tenha participado diretamente de sua criação. Ele destacou a necessidade premente de reaparelhamento das Forças Armadas, especialmente diante da previsão de que 40% das embarcações da Marinha serão inutilizadas até 2028 sem a devida reposição, devido às restrições orçamentárias atuais.

A PEC 55/2023 e Seus Impactos

A PEC 55/2023 propõe um aumento gradativo do orçamento do Ministério da Defesa, em pelo menos 0,1 ponto percentual por ano, até alcançar o patamar de 2% do PIB. Além disso, estabelece que 35% das despesas discricionárias do Ministério da Defesa sejam destinadas a projetos estratégicos das Forças Armadas, com ênfase na contratação da base industrial de defesa nacional.

Repercussões e Perspectivas Futuras

A proposta tem gerado debates intensos, tanto no âmbito governamental quanto entre os cidadãos. Enquanto alguns setores da Fazenda mostram-se contrários à indexação orçamentária, a Marinha defende que a PEC está alinhada com o cenário geopolítico atual e traria benefícios sociais significativos para o Brasil, incluindo a geração de empregos e o desenvolvimento de ciência e tecnologia.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).