Linha Direta - Pedro Bial (Reprodução da Internet)

O programa “Linha Direta” voltou à TV, e um tema relacionado aos crimes retratados começou a ser debatido: a dor dos familiares das vítimas ao reviver o drama. A atração reacendeu o caso da adolescente Eloá Pimentel, que foi sequestrada e morta pelo ex-namorado, Lindemberg Alves. Após o programa, familiares de Eloá usaram as redes sociais para desabafar sobre a forma como a história foi abordada.

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A importância do acesso à informação no combate à violência de gênero

A advogada Marilia Golfieri Angella, especialista em direito de família, gênero e infância e juventude, destaca que, embora a dor dos familiares deva ser acolhida, a violência de gênero, como no caso de Eloá, só pode ser combatida com acesso amplo à informação. Programas como Linha Direta são importantes por darem voz a informações verídicas sobre fatos que ainda são cotidianos e por não silenciarem a causa da violência contra mulheres.

Direito ao esquecimento e a decisão do Supremo Tribunal Federal

A advogada lembra que, mesmo que vítimas ou familiares invoquem o direito de a mídia não rememorar seus casos, em 2021 o Supremo Tribunal Federal definiu que o direito ao esquecimento é incompatível com a Constituição Federal. A decisão foi tomada em uma ação movida pelos familiares de Aída Curi, assassinada em 1958, contra a TV Globo, que exibiu uma reportagem sobre o crime no programa Linha Direta, em 2004.

Possibilidade de reparação na justiça por excessos ou abusos

Apesar da decisão do Supremo, a advogada destaca que excessos ou abusos, como a publicação de mentiras ou de notícias desatualizadas, podem ser reparados na Justiça. Essa possibilidade reforça a necessidade de os programas de TV abordarem os casos de maneira respeitosa e informativa, sempre com a intenção de promover a discussão e a conscientização sobre temas relevantes, como a violência de gênero.