A Logística Militar e seu papel na Defesa foi tema de uma das palestras da Conferência de Sistemas e Tecnologia Militar (CSTM), na quinta-feira, (25), segundo dia de realização. O Coronel de Cavalaria R/1 Hiram Neves de Aguiar e Souza, Diretor da Log Builder foi expositor do tema.

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Ele reforçou que a logística, tem papel fundamental no sucesso das operações militares, quando bem planejada e executada em tempos de paz, sendo sincronizada com todas as ações nacionais e multinacionais.

“Ela deve dispor de uma estrutura compatível capaz de evoluir rapidamente, com o mínimo de adaptações, de uma situação de paz para a de guerra/conflito armado, pautada na flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade”, reiterou o Coronel.

O oficial apresentou as etapas que a Força deve seguir para se preparar, visando à transição do setor para os requisitos de dados compatíveis com o S1000D. Ele destacou que o S1000D é uma especificação internacional para a produção de publicações técnicas. Foi inicialmente desenvolvida pela AeroSpace and Defense Industries Association of Europe (ASD). Atualmente é produzido em conjunto com as organizações: ASD, Aerospace Industries Association of America (AIA), Programa de e-Business ATA, que são dedicados a estabelecer padrões técnicos.

“A transição para a produção de dados compatíveis com o S1000D leva tempo, portanto, será eficaz e ágil se a organização terceirizar ou complementar a criação. Então quanto antes começar a implementação, mais o resultado será satisfatório”, concluiu.

Comunicações Críticas

Ainda dentro da programação da CSTM de quinta-feira, 25, o gerente de Engenharia Comercial da Embratel, Marcos Vieira, abordou questões relacionadas ao futuro das Comunicações Críticas para a Segurança Pública e Forças Armadas. Vieira iniciou sua palestra demonstrando os diferentes dispositivos de comunicação em cada força de segurança pública. O mais usado pelo Exército é o P25. “Essa comunicação é aplicada em operações e missões militares. Madura, eficiente e robusta, comprovadamente, tem a garantia de confidencialidade, integridade e disponibilidade. Essa é a tríade de segurança das informações da comunicação crítica”.

O executivo destacou que o planejamento para o futuro desse tipo de comunicação é ir além do comando de voz. Os dispositivos oferecerão dados de sensores, vídeo e comandos remotos. “A informação será de pessoa para pessoa, pessoa para máquina, como comando de drones, e máquina para máquina, como a telemetria”

Para a viabilidade dessa mudança, Vieira comentou que existe a necessidade de mudança da banda estreita, utilizada hoje, para banda larga. A previsão é que não haja disruptura das duas bandas, mas sim, preservar e melhorar o que já existe. “A tendência é que, para a melhora e segurança da comunicação crítica, seja inserido a tecnologia 5G, que permite eficácia na hiperconectividade, ultra velocidade, ultraconfiabilidade e baixa latência. Além disso, possui a possibilidade de reserva de banda, para que o acesso seja garantido”.

Inovações

No encerramento do segundo dia (25) de palestras da Conferência de Sistemas e Tecnologia Militar (CSTM), foi realizado um painel de debate com o objetivo de apresentar as Inovações em Defesa. Participaram da mesa Eduardo

Soriano, Diretor do Departamento de Tecnologias Aplicadas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, André Taveira, Coordenador da Área de Defesa da Diretoria de Crédito Produtivo e Socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fernanda das Graças Corrêa, Coordenadora no Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Defesa (MD). Como moderador, participou Humberto Ribeiro, Diretor da Aware Consultoria em

Defesa, Segurança e Inteligência.

Humberto Ribeiro, abriu o debate, dando ênfase ao aumento da participação da Indústria de Defesa em papéis estratégicos com o Governo. “A inovação vem pautada nos três pilares centrais: Governo, Indústria e Academia”. Fernanda Corrêa destacou que o MD tem trabalhado no sentido de firmar Políticas Públicas, para nortear os projetos de inovação. Segundo ela, em 2021, foi produzido um Protocolo de Intenções com o objetivo de direcionar os investimentos do setor, com parcerias e acordos de cooperação, definindo prioridades e ações estratégicas de fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID).

Em sua participação, Eduardo Soriano comentou que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações criou uma estrutura fixa para os produtos e projetos de Defesa. O papel do ministério é criar ferramentas para a aplicação das tecnologias inovadoras apresentadas pelo MD.

André Taveira informou que o BNDES norteia os projetos de inovação para que a indústria desperte o interesse em financiar e aplicar. “Coordenamos as ações da Defesa para a eficaz utilização de recursos financeiros para a aplicação no mercado. O setor privado tem papel fundamental nisso. Queremos ser agentes facilitadores dessas inovações”, explicou o coordenador da Área de Defesa da Diretoria de Crédito do BNDES.