A Marinha do Brasil coordenará, entre o próximo sábado (10) e o dia 22, a 63ª edição da Operação Unitas, o mais antigo exercício marítimo multinacional organizado pelos Estados Unidos. A sede e a coordenação dos trabalhos funcionam em sistema de rodízio entre os países das Américas. A última vez que o Brasil esteve na coordenação foi em 2019. A abertura da operação ocorreu hoje (8) no Auditório do Centro de Adestramento Almirante Marquês de Leão, na Ilha do Mocanguê, em Niterói, região metropolitana do Rio.

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Foto: Welter Mesquita

Além do Brasil, a operação contará com a participação de navios, um submarino e tropas de Fuzileiros Navais e de Operações Especiais de marinhas de 19 países: Estados Unidos, Belize, Camarões, Colômbia, Chile, Coreia do Sul, Equador, Espanha, França, Guiana, Jamaica, México, Namíbia, Panamá, Paraguai, Peru, Reino Unido, República Dominicana e Uruguai.

O comandante da Primeira Divisão da Esquadra, contra-almirante Marcelo Menezes Cardoso, destacou que esta edição conta com representantes de todos os continentes.

“É a primeira vez que navios africanos cruzam o Atlântico e vêm participar de um exercício no litoral. Acho que esse é um fato marcante”, revelou.

A operação vai ter duas fases. A marítima incluirá exercícios de ações de superfície, antissubmarinas e antiaéreas, de guerra eletrônica e de operações de interdição marítima, uma etapa de exercícios ligados especificamente à segurança marítima; e com uma etapa final anfíbia, que tem prevista uma simulação de resgate de civis, por meio de uma incursão anfíbia na Praia de Itaóca-ES, envolvendo o movimento de um Elemento Anfíbio Multinacional e o emprego de Veículos de Assalto Anfíbio e Embarcações de Aterragem (Landing Craft Utility – LCU).

Já na fase de porto, segundo a Marinha, serão realizadas “oficinas para as tropas de Fuzileiros Navais e Operações Especiais, além de atividades que permitirão intercâmbios culturais, eventos esportivos e projetos de relacionamento com o público civil”.

Ao todo, a 63ª edição mobilizará 12 navios brasileiros e 8 estrangeiros, aeronaves de asa fixa e rotativa, além dos apoios em terra, somando cerca de 5,5 militares. A intenção com a realização da Unitas é incrementar as ações entre os países por meio de operações navais, aeronavais e de fuzileiros navais, e estreitar os laços de cooperação e amizade entre as marinhas participantes.

O secretário da Marinha dos Estados Unidos, Carlos Del Toro celebrou o bicentenário da independência do Brasil, comemorado ontem (7) e disse que o seu país tem muito orgulho por ter sido o primeiro no mundo a reconhecer a independência brasileira. “Lembramos o papel importante que essa nação exerce no histórico passado. De fato, a presença da Marinha dos Estados Unidos [na Operação Unitas] vem de diversas fontes, pois o Brasil foi o anfitrião oficial durante a Segunda Guerra Mundial. É um privilégio participar da Unitas”, afirmou.

O contra-almirante Cardoso comentou que uma novidade nesta edição são os equipamentos modernos trazidos pela Marinha americana, entre eles, o contratorpedeiro USS Lassen (DDG-82).

“A designação desses meios modernos americanos, em primeiro lugar como sinal de prestígio à Unitas, mostra a importância que a Marinha americana atribui a essa operação e o quanto esses meios modernos podem contribuir para o adestramento das outras marinhas, em especial, as latino-americanas. A designação desses modernos desses navios, submarinos e aeronaves são um sinal de prestígio”, afirmou.

O comodoro do Esquadrão Anfíbio n° 8 da Marinha dos Estados Unidos, capitão de Mar e Guerra Thomas Maiers, contou que esta é a quarta edição da Unitas em que participa, sendo a segunda no Brasil e não há nenhum outro exercício no mundo que seja tão contínuo. “São 63 anos envolvendo a cooperação. Uma das coisas que eu aprendi na medida em que tenho participado é que as coisas não acontecem sem a confiança. E como se constrói confiança? Com exercícios como a Unitas. Quando se pergunta porque os Estados Unidos estão enviando tantos recursos este ano é porque não é apenas construir confiança em uma área. Tem outros domínios no ar, mar e terra”, pontuou. “Estou entusiasmado em ter exercícios maravilhosos este ano”.

Para o vice-comodoro do Esquadrão Destroyer 40 da Marinha dos Estados Unidos, capitão de Mar e Guerra Miguel Cháppel, a importância dos exercícios para o avanço das ações marítimas, vai além dos realizados em terra, mar e ar. “Não só estamos focados no componente de terra, mar e ar. Tem também a parte humanitária. Construir parcerias com as nações presentes é extremamente importante para o nosso país”, disse.