Nesta terça-feira (20), a Marinha do Brasil (MB) lançou com sucesso, pela quarta vez, o Míssil Antinavio de Superfície (MANSUP). Ocorrida na região ao sul de Cabo Frio (RJ), a operação contou com a participação das Fragatas “Constituição” e “Liberal”. O lançamento marcou o início da fase de qualificação do míssil e possibilitou testar alguns subsistemas já em sua versão final de produção. Novos lançamentos de qualificação ainda estão previstos antes do início da produção do MANSUP.

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Para o Diretor de Sistemas de Armas da Marinha, Vice-Almirante Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira, a fase está avançando conforme o planejado. “Na etapa anterior foram testadas, por meio do lançamento de três protótipos, as soluções de engenharia adotadas para que o míssil atendesse aos requisitos estabelecidos. Na etapa atual, estão sendo testados os subsistemas já aperfeiçoados, o que garantirá que o míssil seja fabricado com a melhor tecnologia disponível, adicionando maior robustez e eficiência ao produto, e atendendo a todas as condições impostas inicialmente”.

O Almirante Trovão acrescentou que no primeiro lançamento também foi realizada nova avaliação do desempenho do motor-foguete e do efeito dos ajustes no software de controle do míssil, tendo como base os resultados dos lançamentos anteriores. “Na ocasião, foi testado também o novo sistema de telemetria, agora com maior alcance, ângulo de visada mais amplo e mais resistente às condições meteorológicas”.

Segundo Robson Duarte, da empresa Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico (SIATT), que é Gerente do Programa do MANSUP, outro grande avanço em relação aos lançamentos anteriores foi a utilização do novo Console Lançador de Míssil (CLM). “Quando a Marinha do Brasil decidiu investir no desenvolvimento do MANSUP, foi imposto o requisito que o míssil fosse totalmente compatível com os lançadores e consoles existentes em seu estoque. Hoje, além do míssil, a SIATT está nacionalizando toda a infraestrutura de lançamento. Desta forma, uma nova janela de oportunidades se abre, havendo a possibilidade de revitalizar navios antigos que estejam com seus consoles inoperantes, como também a instalação de todo um sistema de lançamento nacional em novos navios”.

Um outro requisito estabelecido pela MB foi a utilização de componentes designados como “ITAR Free”, ou seja, livres de embargos (limitação de compra e venda de determinados componentes críticos para operações de área de defesa e aeroespacial). Segundo Robson isso foi possível “com o uso de tecnologia nacional e componentes ITAR free. Com isso a Marinha e o Brasil alcançaram um grau de autonomia conquistado por pouquíssimos países no mundo”.

O Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante de Esquadra José Augusto Vieira da Cunha de Menezes, ressaltou a relevância do desenvolvimento de um projeto como esse, destacando “que todos os engenheiros e técnicos envolvidos no Projeto MANSUP são brasileiros, formados nos diversos centros acadêmicos do Brasil. A tecnologia empregada no projeto é desenvolvida por brasileiros e todos os recursos empregados são investidos dentro do País. O MANSUP permitirá a Marinha contar com um armamento eficaz no prazo e na quantidade que se fizer necessária, contribuindo para a defesa dos interesses nacionais e de nossa soberania na Amazônia Azul”.
Além da Fragata “Constituição”, que foi o navio lançador, participaram da operação: a Fragata “Liberal”, como navio assistente; a aeronave UH-12 “Águia” 87, responsável pela telemetria  (tecnologia que permite a medição remota e em tempo real dos parâmetros necessários para avaliar o funcionamento e o desempenho do míssil); e as aeronaves UH-12 “Águia” 82 e P-3, para limpeza de área.
Características do MANSUP

arte mansup

Confira o vídeo do lançamento do MANSUP, realizado no dia 20 de setembro de 2022

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Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).