security camera and urban video

O carnaval está de volta às ruas de todo Brasil. No primeiro ano sem as restrições da pandemia de Covid-19, a segurança eletrônica promete ser o destaque da folia para evitar as ocorrências que atrapalham a alegria dos foliões – como furtos de celulares, roubos, brigas e assédio. Nos principais destinos brasileiros, a combinação entre policiamento e tecnologia de imagens aumentará a taxa de resposta do poder público no gerenciamento da festa.

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Drones e reconhecimento facial: a folia nos estados

Em São Paulo, a expectativa da prefeitura é que cerca de 15 milhões de pessoas se reúnam para aproveitar os 511 blocos que vão desfilar pelas ruas da capital durante os festejos de pré-carnaval, carnaval e pós-carnaval. Com isso, a festa paulista pode se tornar o maior carnaval do país, e, se depender da tecnologia, um dos mais seguros também. Serão 14 mil policiais no patrulhamento e 200 drones para investigar e reconhecer situações que necessitam intervenção dos agentes de segurança nos blocos e zonas de comércio popular.

No maior carnaval de rua do mundo reconhecido pelo Guinness Book, em Salvador, o principal investimento foi na segurança pública, quase R$ 70 milhões para a capital e o interior do estado. Além disso, as câmeras inteligentes espalhadas pela cidade vão guiar a operação de segurança pública no circuito barra-ondina e nos outros polos da folia. Em 2019, câmeras com reconhecimento facial ajudaram a prender um foragido da polícia durante a festa. De lá para cá, o sistema ultrapassou, recentemente, a marca de 600 criminosos encontrados, informa a secretaria de segurança pública da Bahia.

No Acre, a inovação tecnológica será uma aliada na segurança durante as noites de festa no Estádio Arena da Floresta, em Rio Branco. Com a expectativa de receber mais de 20 mil pessoas, o evento contará com videomonitoramento em vários pontos equipado com reconhecimento facial e contagem de pessoas, gerando imagens que poderão ajudar na investigação e também alertas. A contar pela experiência em outros estados, este tipo de solução é extremamente eficaz para grandes eventos e deve ser vista mais frequentemente nos próximos anos.

O desafio da regulamentação

Ao passo que observamos a popularização do uso de novas tecnologias para a segurança pública, a falta de regulamentação ou legislação adequada são uma ameaça frequente à evolução do setor, principalmente referente aos recursos de inteligência artificial e reconhecimento facial. Neste momento, o Senado tem em mãos uma proposta para regular o uso da inteligência artificial no Brasil. O documento defende a adoção de restrições ao uso de câmeras de reconhecimento facial de pessoas que circulam nas ruas, mesmo por secretarias de segurança pública.

É claro que regulamentar é importante, mas é necessário equilibrar os benefícios que este tipo de tecnologia oferece. Por exemplo, o reconhecimento facial permite uma operação mais assertiva dos agentes de segurança ao identificar um suspeito. No caso dos furtos de celulares, sabe-se que existem quadrilhas especializadas e que seus membros podem realizar o crime de maneira recorrente, em todos os dias de folia e em outros grandes eventos que ocupam as ruas das cidades.

Em 2023, a Embratur estima a chegada de mais de 80 mil estrangeiros ao Brasil para aproveitar o nosso carnaval, fora os turistas brasileiros que viajam ou aproveitam a festa na própria cidade, impulsionando a economia. É importante assegurar a integridade física, emocional e até do patrimônio público em meio a folia, e a tecnologia é o caminho. A ABESE entende que, em nome de um bem maior, da proteção de milhares de pessoas, o reconhecimento facial é uma ferramenta segura e efetiva.

A segurança eletrônica evolui ano a ano para fornecer recursos inteligentes e proativos, imagens nítidas e com detalhes forenses para aumentar a capacidade operacional dos órgãos públicos frente aos desafios das grandes cidades – segurança, mobilidade, zeladoria, entre outros. Para que a festa continue, é preciso oferecer apoio a estes projetos que antecipam um futuro muito mais seguro para que os cidadãos possam ocupar as ruas com tranquilidade durante o carnaval e nos outros dias do ano.

Por Selma Migliori, presidente da ABESE – Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).