Foto: FAB

O céu africano pode em breve ser cruzado por mais aeronaves brasileiras. Recentemente, o governo de Angola expressou seu desejo de adquirir quatro aviões KC-390, produzidos pela renomada empresa brasileira, Embraer. Esta notícia foi revelada por Jorge Viana, presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), durante um seminário empresarial que ocorreu durante a visita de Estado do ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a Angola.

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Investimento e Cooperação

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Imagem: FAB

O valor de cada aeronave KC-390 é estimado em cerca de US$ 130 milhões. Diante deste montante, Viana defende que o Brasil ofereça condições de crédito para facilitar a exportação. “Não vamos vender nenhum avião se não oferecermos crédito”, ressaltou. Além disso, ele vê em Angola um potencial parceiro estratégico para a Embraer Defesa no continente africano. A aquisição destas aeronaves, juntamente com a revitalização de outros modelos como os tucanos e super tucanos, poderia significar uma valiosa transferência de tecnologia entre os países. Adicionalmente, a indústria naval brasileira poderia desempenhar um papel crucial na modernização da Marinha angolana.

Expansão e Intercâmbio

Para além da esfera militar, há também um interesse comercial em jogo. Um ministro do governo angolano confirmou que o país está considerando adquirir mais produtos da Embraer para a Taag, a principal companhia aérea comercial de Angola. Esta parceria poderia incluir a instalação de um centro de treinamentos em território angolano, atualmente localizado em Johannesburgo, África do Sul. Tal movimento fortaleceria a posição de Angola como um hub aéreo central na África. Vale ressaltar que, historicamente, a maior parte dos equipamentos de defesa de Angola tem origem russa, e houve também uma formação significativa de oficiais em Cuba. Esta nova aproximação com o Brasil indica uma diversificação nas parcerias estratégicas de Angola.

A potencial aquisição de aeronaves brasileiras por Angola é mais do que uma simples transação comercial. Representa o fortalecimento dos laços entre dois países, a troca de conhecimentos e a consolidação de uma parceria que pode beneficiar ambos os lados, tanto em termos econômicos quanto tecnológicos.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).