Primeiro-Tenente (T) Paulo Yan Carlôto de Souza

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A água é elemento fundamental para a preservação da vida. Cerca de 70% da superfície do planeta é coberta por água. Do total de água disponível na Terra, 97% estão nos mares e oceanos. Assim, cuidar desse recurso é imprescindível, visto que somente 3% de toda a água do planeta são água doce. Dessa porcentagem, estima-se que apenas 1% está disponível para o consumo, nos rios, lagos e águas subterrâneas, enquanto os outros 2% estão nas geleiras.

Com a finalidade de conscientizar sobre a preservação das águas em todo o planeta, a Assembleia Geral da ONU aprovou, durante a II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (RIO-92), resolução que estabeleceu o dia 22 de março como o Dia Mundial da Água. Os estados-membros da ONU foram incentivados a dedicar esse dia para promover ações que conscientizem a população sobre a conservação e o desenvolvimento dos recursos hídricos, de acordo com os contextos locais.

Todos os anos, a ONU enfatiza um aspecto da relação da humanidade com a água. Em 2022, o tema escolhido é “Águas subterrâneas: Tornando o invisível visível”. A campanha deste ano demonstra como essas águas são importantes, dentre outros motivos, para o consumo humano em áreas rurais.

O organismo internacional forma um colegiado denominado “ONU-Águas”, composto por cerca de 30 organizações pertencentes ao sistema ONU, e produz um relatório, lançado anualmente no dia 22 de março, no qual apresenta dados relevantes sobre o uso global da água de acordo com as regiões.

“A intenção de se ter um Dia Mundial da Água é de, primeiro, promover e disseminar conhecimentos acerca da água e suas interfaces ecológicas, sociais e econômicas e promover o engajamento de toda a sociedade a assumir compromissos em torno da conservação e uso sustentável da água”, afirma o oficial de projetos de ciências naturais da UNESCO Brasil, Glauco Kimura.

Gerenciando os recursos hídricos do Brasil
A preocupação com os recursos hídricos não poderia ser diferente no Brasil. O mar brasileiro possui cerca de 5,7 milhões de km2 e é fonte de alimento, energia e recursos minerais, além de ser a principal via para o comércio exterior. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), apenas em 2021, os portos brasileiros movimentaram mais de 1,2 bilhão de toneladas de produtos.

Ainda segundo a ANTAQ, no ano passado, circularam 65,2 milhões de toneladas de produtos por hidrovias interiores, sendo 74% desse volume apenas na Região Norte, com soja e milho como os produtos mais transportados.

O Brasil tem a maior reserva de água doce da Terra e 12% do total mundial. A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo. Enquanto a Região Norte concentra aproximadamente 80% da água disponível no País, regiões próximas ao Oceano Atlântico possuem menos de 3% dos recursos hídricos.

Com a finalidade de gerenciar os recursos hídricos em território nacional, a Agência Nacional de Águas (ANA) tem realizado o trabalho de monitorar a distribuição e a qualidade da água que chega ao povo brasileiro, com o objetivo de preservar e valorizar esse recurso.

Um dos conceitos utilizados é o de Segurança Hídrica. De acordo com o Coordenador de Conservação de Água e Solo da ANA, Henrique Veiga, a segurança hídrica tem quatro frentes. “É uma condição em que temos assegurada a água para satisfazer as necessidades humanas, de abastecimento, de higiene; condições de água adequadas para o desenvolvimento das atividades produtivas da economia; para a manutenção do meio ambiente e dos ecossistemas; e, por fim, aquela dimensão relacionada ao clima e a eventos hidrológicos críticos e como minimizar essas variações climáticas”.

Para assegurar ao Brasil um planejamento integrado e consistente de infraestrutura hídrica, com natureza estratégica e relevância regional, com base nos principais problemas de segurança hídrica do País, o Ministério do Desenvolvimento Regional possui o Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH).

O plano apresenta um mapa com o Índice de Segurança Hídrica (ISH) detalhado de acordo com as regiões brasileiras e suas particularidades quanto ao acesso à água. O diagnóstico definido por meio do ISH possibilita o planejamento de políticas públicas como, por exemplo, a construção de barragens ou a transposição de rios para regiões mais necessitadas.

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Grau de Segurança Hídrica por região,
importante ferramenta para subsidiar políticas públicas

Ainda na questão dos recursos hídricos, a ANA publica, anualmente, desde 2019, o relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos, cuja edição de 2021 teve, pela primeira vez, formato totalmente digital. Esse relatório representa importante ferramenta de monitoramento da água no País apresentando estatísticas e indicadores de seus usos, sua quantidade e qualidade, para sua gestão, fornecendo subsídios aos gestores públicos para a tomada de decisão.

Marinha lança Campanha “Cuidar da água é preservar a vida” Em comemoração ao Dia Mundial da Água e para fortalecer a mentalidade marítima na sociedade brasileira, a Marinha do Brasil realizará, de hoje (22) até domingo (27), uma exposição no AquaRio para falar da importância da água para o Brasil e o mundo. A exposição contará com vídeos, banners e distribuição de periódicos sobre o trabalho da Marinha.

Um dos destaques da exposição é a chamada Amazônia Azul que, mais do que um espaço geográfico, deve ser vista como um conceito político-estratégico remetendo à importância do Poder Marítimo barsileiro.

Hoje (22), para destacar a data, o Museu de Arte Contemporânea, em Niterói (RJ) e a Yup Star (Roda-Gigante), no Rio de Janeiro, terão uma iluminação especial, enquanto a Ponte Rio-Niterói exibirá no seu letreiro uma homenagem ao Dia Mundial da Água.

Assista ao vídeo produzido pela Marinha do Brasil referente ao Dia Mundial da Água

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Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).