A cidade de Porto de Galinhas, localizada no estado de Pernambuco, torna-se entre 21 e 23 de setembro o palco da inovação na área da saúde. Isso porque a cidade recebe o 37º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, um evento que reúne grandes mentes da medicina, ciência e pesquisa para discutir os avanços mais recentes no setor. E o Brasil, representado pela AMAZUL e IPEN, tem lugar de destaque, com trabalhos pioneiros sobre radiofármacos que prometem revolucionar a maneira como encaramos o tratamento e diagnóstico de diversas doenças.

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Radiofármaco Nacional para Câncer de Próstata

Um dos destaques do evento é o trabalho desenvolvido no Centro de Radiofarmácia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) sobre um novo radiofármaco voltado para o tratamento do câncer de próstata. A pesquisa, sob coordenação da Dra. Elaine Bortoleti de Araújo, aborda um estudo sobre o peptídeo PSMA I&T associado ao radioisótopo lutécio-177. O que torna esse estudo tão significativo é que, apesar de existirem radiofármacos com funções similares no mercado internacional, este é o primeiro do tipo desenvolvido em solo nacional com potencial para estudo clínico.

A meta da pesquisa é entender por quanto tempo o lutécio-177 se mantém eficazmente ligado a um peptídeo, garantindo suas propriedades terapêuticas desde sua produção até sua aplicação clínica. O químico Joel Mendes dos Santos, ligado à AMAZUL e atuante no IPEN desde 2018, tem este estudo como base de sua dissertação de mestrado, o que reforça a importância da pesquisa no cenário acadêmico e clínico.

Inovação em Diagnóstico por Imagem

O segundo trabalho a ser apresentado é igualmente impactante. Ele propõe uma forma inovadora de identificar a presença de estanho, elemento crucial no processo de produção do tecnécio-99m, um radiofármaco essencial para diagnósticos por imagem. A proposta é mudar o padrão atual, baseado no método europeu de colorometria, para um método mais preciso chamado espectrometria por emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). A Dra. Margareth M. N. Matsuda, que lidera essa pesquisa, destaca a precisão e a adequação desse novo método para garantir o controle de qualidade na produção do tecnécio-99m.

Brasil na Vanguarda da Medicina Nuclear

Os dois trabalhos, a serem apresentados por representantes da AMAZUL e IPEN, são mais do que estudos isolados: representam o comprometimento e a capacidade do Brasil de estar na vanguarda da medicina nuclear. Esse congresso é uma oportunidade não apenas de apresentar avanços, mas também de mostrar ao mundo que a ciência brasileira tem potencial para liderar descobertas e inovações.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).