Em uma manhã habitual na Base Aérea de Campo Grande, o 1º Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus, inicia um treinamento que irá marcar um novo capítulo na história da Força Aérea Brasileira (FAB). A data é 15 de julho e o desafio é preparar a tripulação para o Combate a Incêndio em Voo com a aeronave KC-390 Millennium. O treinamento se estenderá até o dia 23/07, com o objetivo de equipar a FAB para conduzir missões deste tipo com essa aeronave multifuncional.

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Este treinamento operacional representa um passo significativo para as tripulações do 1° GTT e para as equipes de solo, que estão sendo capacitadas para realizar uma operação segura. Os voos são conduzidos em zona de lançamento plana, lateral e em descida, simulando emprego nos mais diversos relevos, a uma altura aproximada de 150 pés ou 46 metros de altura.

A Tecnologia por Trás da Operação

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A aeronave descola equipada com o Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS II), que confere ao KC-390 Millennium a capacidade essencial para realizar a ação de Combate a Incêndio em Voo. O Comandante do 1º GTT, Tenente-Coronel Aviador Bruno Américo Pereira, reforça que a finalidade do treinamento é incorporar mais uma capacidade da aeronave. “Essa é uma missão bastante desafiadora, que exige muito da tripulação, pois envolve lançamentos baixos, próximo ao relevo”, explica.

O equipamento MAFFS II conta com um tubo que projeta água pela porta traseira esquerda do avião, podendo descarregar até 3.000 galões – aproximadamente 11.300 litros – de água em áreas de incêndios. Além disso, com este sistema, é possível manter a aeronave pressurizada, ou seja, sem comprometer a performance do KC-390, sendo mais eficiente que o MAFFS de primeira geração.

Rapidez e Eficácia em Situações de Emergência

O MAFFS II pode ser rapidamente instalado ou removido do compartimento de carga da aeronave a partir de seu próprio trailer, exigindo apenas energia elétrica da aeronave para seu funcionamento. Esta característica de modularidade é fundamental em situações de emergência, pois possibilita a rápida adaptação da aeronave para o combate a incêndios.

Desde a sua entrada em operação, o MAFFS tem sido amplamente utilizado, sendo avaliado como uma das ferramentas mais simples, completas e funcionais para combate a incêndios. Portanto, é um elemento altamente vantajoso em operações de enfrentamento a incêndios, devido à sua capacidade de carregar grande volume de água e retardantes de chamas, além de poder ser rapidamente instalado em qualquer aeronave compatível.

O Futuro da FAB no Combate a Incêndios

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Com a finalização desse treinamento, a Força Aérea Brasileira estará pronta para enfrentar uma nova fronteira: o combate a incêndios em voo com a aeronave KC-390 Millennium. Este é um passo significativo não apenas para a FAB, mas também para o Brasil, que ganha mais uma ferramenta valiosa na prevenção e combate a incêndios, fortalecendo a nossa capacidade de proteger a nossa maior riqueza – a nossa natureza.

Marcelo Barros, com informações da Agência Força Aérea
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).