No dia 21 de fevereiro, o Comando Militar do Norte (CMN) celebrou, na Praça Dom Pedro II, em Belém, a solenidade cívico-militar para comemorar os 77 anos de uma das mais importantes batalhas em que participaram brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial: a Tomada de Monte Castelo, que ocorreu em 1945, na Itália. A data enaltece os grandes heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e marca o fim do combate entre os Aliados e o Eixo nazifascista.
Na mesma cerimônia, o CMN prestou homenagens ao General Hilário Maximiniano Antunes Gurjão, o primeiro paraense a chegar ao posto de Oficial-General do Exército Brasileiro. O distinto militar completaria hoje (21), 202 anos.
Monte Castelo foi uma das batalhas mais difíceis da 2ª Guerra Mundial e uma das mais decisivas lutadas pela FEB. A batalha mostrou a capacidade do povo brasileiro, a persistência, a resiliência na busca da vitória. Foi o exemplo de coragem e determinação, de crença em si mesmo, que nossos pracinhas nos deram. “Rendemos aqui nossa homenagem à Força Expedicionária Brasileira”, ressalta o Comandante da 8ª Região Militar, General de Divisão Miranda Filho.
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Na sequência da solenidade, o Sr Fernando de Jesus Gurjão Sampaio Neto, tetraneto do ilustre paraense, recebeu homenagem em memória da data natalícia do General Gurjão.
Para Fernando Gurjão, é importante “relembrar o passado, a grandeza do povo, relembrar a força do paraense no Exército, dando a sua vida pela pátria. A celebração do Exército, em comemorar os feitos do General Gurjão traz de volta ao paraense a memória de seu antepassado, a memória do General Hilário Gurjão.”
Em 2 de setembro de 1870, a lei de número 615 autorizou o governo a erguer o monumento ao General Hilário Maximiano Antunes Gurjão, localizado no Centro Comercial de Belém, onde se prestam as homenagens ao Oficial-General. Por um decênio ficou o projeto sem execução e uma nova resolução legislativa, de 4 de abril de 1880, transformada na lei nº 982, confirmou a autorização anterior. O monumento, que está localizado na área central da Praça Dom Pedro II, é revestida com pedra portuguesa em duas cores (preto e branco) formando desenhos florais com estrela e formas geométricas curvas.
A presença de militares e autoridades marcaram o evento, como o Comandante da 8ª Região Militar, General de Divisão Miranda Filho, quem presidiu a cerimônia, o Pracinha, 2º Tenente José Santana Baltazar, o tetraneto do General Gurjão, Sr Fernando de Jesus Gurjão Sampaio Neto, o Inspetor-Geral da Guarda Municipal de Belém, Sr Joel Monteiro Ribeiro, representando o Prefeito de Belém, o antigo Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado do Pará, Coronel R1 João Paulo Vieira e convidados de entidades associadas do CMN.
FEB na Segunda Guerra Mundial
Monte Castello representou um objetivo militar que abriria prosseguimento para o vale do Rio Pó, permitindo o avanço de todo o esforço aliado durante a Segunda Guerra Mundial. Na manhã de 21 de fevereiro de 1945, os pracinhas brasileiros (como são chamados os militares que representaram o País no grande combate) lançaram-se decisivamente sobre Monte Castelo. Encontraram forte reação inimiga, mas conquistaram a vitória no fim da tarde do mesmo dia, o que foi crucial para o sucesso das forças aliadas.
Os integrantes da FEB participaram de importantes batalhas, como Castelnuovo, Montese e a conquista de Monte Castelo. Além das tropas alemãs, os “pracinhas” enfrentaram terrenos montanhosos e climas adversos, chegando a conviver com temperaturas abaixo de zero.
O General Gurjão
O General Hilário Maximiniano Antunes Gurjão nasceu em Belém, em 21 de fevereiro de 1820. Incorporou-se ao Exército, como soldado, em 1836, quando combateu na Guerra da Cabanagem. Em 28 de fevereiro de 1839, foi designado Comandante da Fortaleza de São José de Macapá. Exerceu vários cargos militares no Pará e no Amazonas, com a missão de fortificar a região.
Distinguiu-se durante a Guerra da Tríplice Aliança, participando do bombardeio de Itapiru, da Batalha do Passo da Pátria, da Campanha do Chaco e da Batalha do Sauce, nas cercanias de Humaitá, destacando-se quando comandava a 17ª Brigada na conquista da Ponte do Itororó.
No dia 7 de dezembro de 1868, o General Gurjão, verificando a hesitação da tropa, tomou a dianteira e bradou “Vejam como morre um general brasileiro!”. Os soldados, motivados pelo corajoso General, que foi gravemente ferido, avançaram e conquistaram a ponte. O herói paraense faleceu em 17 de janeiro de 1869. Seus restos mortais foram levados para a Corte do Rio de Janeiro e depois trazidos para Belém, onde se encontram no Jazigo da Família Gurjão, no Cemitério da Soledade.
Gurjão foi o primeiro paraense a chegar ao posto de Oficial-General. Além disso, também foi deputado provincial no Amazonas e professor de Geografia e História do Colégio Santa Maria de Belém, no Pará.
Em homenagem a esse ilustre militar, existe, em Belém, a Escola Estadual de Ensino Fundamental General Gurjão, o monumento na Praça Dom Pedro Segundo e a rua General Gurjão, próxima ao quartel-general do Exército. Em Cruz Alta-RS, existe a Artilharia Divisionária da 3ª Divisão de Exército (AD/3), conhecida, também, pelo nome histórico de Artilharia Divisionária Brigadeiro Gurjão.
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