A palestra de Oppenheimer caracterizou-se pela franqueza. A mesa, os Almirantes Amorim do Vale, Ary dos Santos Rangel, Mattoso Maia e Álvaro Alberto e o General Dubois Ferreira

Em meio à estreia do filme “Oppenheimer” no Brasil, resgatamos a memória de uma visita crucial do notório físico J. Robert Oppenheimer ao Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM), realizada em 20 de setembro de 1961. Este encontro marcou o início de uma nova fase para a Marinha do Brasil, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento científico e tecnológico.

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Oppenheimer, que desempenhou papel vital no desenvolvimento da primeira arma nuclear do mundo na década de 1940, fez observações importantes durante sua visita ao IPqM. O físico defendeu a ideia de que a ciência e a tecnologia são, do ponto de vista militar, a “maior arma de uma nação, o seu maior poder”. Ressaltou ainda o papel crucial da Marinha na aplicação de recursos para o desenvolvimento do setor científico-tecnológico.

O Futuro do Brasil e a Marinha

Para Oppenheimer, o Brasil do futuro deveria basear-se no preparo técnico e científico de seu pessoal e na “qualidade tecnológica da indústria nacional”. Ele elogiou o investimento da Marinha no IPqM, afirmando que essa ação colocaria o país em contato com as indústrias nacionais e estrangeiras, com os cientistas, universidades e com os desafios militares e civis.

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Proeminente físico Oppenheimer responde perguntas de Oficiais da MB após palestra no IPqM

A atuação do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM) é um testemunho vivo dessa visão. Criado em 1984, o Instituto concentra-se em projetos de materiais de uso militar, além de contribuir para o avanço científico, tecnológico e econômico do Brasil. Hoje, os trabalhos desenvolvidos pelo IPqM refletem o encorajamento de Oppenheimer para a alta administração naval investir em Ciência e Tecnologia.

Programa Nuclear da Marinha

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LABGENE abriga, em terra, protótipo da planta nucelar que equipará o primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear

Outro marco na evolução tecnológica da Marinha do Brasil é o Programa Nuclear da Marinha (PNM), que vem sendo executado desde 1979. O PNM tem como objetivo dominar o ciclo do combustível nuclear e construir uma planta nuclear de geração de energia elétrica. Isso inclui a fabricação do primeiro submarino brasileiro convencionalmente armado com propulsão nuclear, o que coloca o Brasil em uma posição de destaque no cenário internacional de defesa.

Programa de Submarinos da Marinha

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Submarino “Riachuelo” sendo incorporado à Esquadra brasileira, no Complexo Naval de Itaguaí, em 2022. Ele foi a primeira embarcação concebida no âmbito do PROSUB – Foto: SG Cássio

A mesma busca por autonomia e avanço tecnológico é evidente no Programa de Submarinos (PROSUB) da Marinha, criado em 2008. O PROSUB envolve a produção de quatro submarinos convencionais e a fabricação do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, representando um significativo avanço para a capacitação e soberania nacional.

Estes avanços tecnológicos na Marinha do Brasil são um exemplo claro do impacto da visita de Oppenheimer e suas palavras incentivadoras. O compromisso contínuo com o avanço científico e tecnológico, seguindo a visão do famoso físico, colocou a Marinha do Brasil e, consequentemente, o país, em uma posição de destaque no cenário internacional.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).