O Rio Grande do Sul assinou, nesta quarta-feira (20), em Haifa, Israel, um memorando de entendimento com a empresa AEL Sistemas, cujo objetivo é incrementar parcerias, identificar oportunidades para colaboração científica e desenvolver ecossistemas de inovação. A AEL tem sede em Porto Alegre, mas é controlada pela Elbit Systems, um dos maiores conglomerados de tecnologia do país. O documento foi assinado pelo secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb, e por Marcos Arend, representando a AEL. O foco do acordo é a tecnologia aeroespacial, área em que a AEL atua como fornecedora do Ministério da Defesa.

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A Elbit Systems tem interesse em intensificar relações com instituições universitárias e parques tecnológicos para desenvolver tecnologias, o que pode representar uma convergência com o ecossistema de inovação do RS. “Podemos ajudar, pois hoje a cultura e o ambiente no Rio Grande do Sul estão muito melhores para esse tipo de aproximação”, explicou Lamb.

Em Haifa, ao norte de Israel, a comitiva conheceu parte das atividades da Elbit Systems, principalmente a divisão espacial. O grupo foi recebido por Slomo Erez, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios com o Brasil, que apresentou um panorama da empresa e anunciou a intenção de intensificar as relações comerciais com a América Latina, que representa apenas 5% do faturamento anual de US$ 3,9 bilhões da companhia. A Elbit Systems é uma empresa integrada ao sistema de defesa de Israel, desenvolvendo de maneira vertical – do design inicial à construção e operação – soluções de segurança e vigilância sob medida para o país.

O grupo tem cinco divisões, que vão de equipamentos para operações no mar, no ar e em terra, passando por sistemas de cibersegurança e chegando ao sofisticado mundo da tecnologia espacial. Um dos suportes para a expansão do grupo tem sido o investimento em pesquisa e desenvolvimento, que recebeu 9% da receita total da empresa em 2018. De acordo com Erez, a estratégia é desenvolver, mas também transferir e internacionalizar tecnologia. É o que ocorre atualmente, por exemplo, com o projeto do caça sueco-brasileiro Gripen, para o qual a AEL desenvolveu sistemas. “Todos os aviônicos (equipamentos de navegação) do projeto Gripen são produzidos na AEL. E o Brasil economizou muito com isso”, disse Erez.

Outro aspecto reforçado pela visita à sede da Elbit Systems é o fato de Israel transformar os avanços tecnológicos que derivam de necessidades militares em invenções e artefatos que podem ser aplicados em outras áreas. A estratégia, além de ampliar os ciclos de utilização da técnica, proporciona com que a população compartilhe e faça uso das descobertas no cotidiano.

Nem mesmo um ramo tecnologicamente avançado como o espacial escapa da força disruptiva da inovação. A Elbit Systems trabalha em soluções para o mercado espacial, chamado por Izik Grosman, diretor de Soluções Espaciais da Elbit Systems, de “o novo espaço”. Israel aposta com todo vigor tecnológico em formas mais baratas de lançamento e equipamentos ainda mais versáteis, que ampliem as possibilidade de uso em monitoramento, vigilância, cibersegurança, internet das coisas e troca de dados. A chave, de acordo com Grosman, é a possibilidade de a indústria israelense oferecer alternativas integradas, em um mercado que chegará aos US$ 3,5 bilhões em 2022. No caso da Elbit Systems, a vantagem está no fato de a empresa ser uma fornecedora em equipamentos físicos, sistemas de propulsão, sensoriamento e telecomunicações, oferecendo um produto mais eficiente. “O que nos diferencia são os nossos sistemas integrados, que nos ajudam a oferecer produtos inventivos, acessíveis e flexíveis”, afirmou Grosman.

Fonte: Revista Amanhã e AEL Sistemas

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).