O Projeto Rondon iniciou 2023 com duas operações que abrangeram 24 municípios dos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e do Distrito Federal. As duas operações, Lobo Guará e Portal do Sertão, juntas, conseguiram impactar a vida de mais 64 mil pessoas, diretamente, entre 20 de janeiro e 11 de fevereiro. Com 501 rondonistas divididos em 50 equipes, 1448 oficinas foram aplicadas para os moradores dos municípios que se tornaram multiplicadores do conhecimento.
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Foi em comunidades do interior do Brasil que esses professores e jovens universitários experimentaram uma verdadeira aula de cidadania. Durante 15 dias, de forma voluntária, eles empregaram soluções sustentáveis em prol da inclusão social, da redução de desigualdades e do fortalecimento da soberania nacional. Esse é o Projeto Rondon que fomenta o poder transformador de quem executa e de quem recebe, há mais de 50 anos.
Transformação – Aos 20 anos, a estudante de psicologia Maria Luísa Santos foi testemunha dessa experiência na Operação Lobo Guará. No município de Águas Lindas de Goiás, uma das oficinas que aplicou foi a de horta: como plantar e cuidar. Por um momento, acreditou que não tinha muito o que oferecer com o seu curso de formação, mas a transformação que o Rondon proporciona, mostrou outro cenário para ela. “Aqui é um lugar em que a gente sai da nossa zona de conforto. Eu consegui trazer a psicologia para dentro da oficina com a abordagem de hortaterapia: conectar cursos e pessoas para fazer com que o trabalho seja multidisciplinar. Isso é o Rondon”, destacou.
E para que o projeto cumpra uma das suas missões, é importante que a população que recebe as oficinas possa ser multiplicadora de todo o conhecimento aplicado. Em Cabeceira Grande (MG), Adva de Souza é professora de língua portuguesa há mais de 30 anos. Experiente na profissão, acompanhou uma atividade sobre inteligência emocional. Na ocasião, os moradores aprenderam a fazer uma representação gráfica de todas as áreas da vida para identificar pontos de melhora.
Adva afirma que conseguiu aprender coisas que jamais havia pensado e que o município nunca havia recebido. “Veio agregar valores na minha profissional que eu não tinha considerado. Nessa correria de trabalho, não paramos para pensar qual ponto da vida precisamos melhorar. E essa dinâmica me fez alertar, como mãe, mulher e professora. A cada três meses vou fazer”, anunciou.
Operações – A Lobo Guará atuou em 12 municípios dos estados de Goiás, Minas Gerais e, também, regiões do Distrito Federal: Águas Lindas de Goiás, Alto Paraíso, Alvorada do Norte, Buritinópolis, Cabeceiras, Cabeceira Grande, Flores de Goiás, Nova Roma, São João D´Aliança, Simolândia, Teresina de Goiás e Valparaíso de Goiás.
Já na Portal do Sertão, as localidades contempladas foram: Anguera, Maria Quitéria, Caetanos, Candeal, Irará, Iaçu, Itatim, Ouriçangas, Pedrão, Rio Antônio, Serra Preta e Tanquinho. Além de Feira de Santana como centro regional.
As atividades realizadas abrangeram diversas áreas de conhecimento, como saúde, educação, meio ambiente, cultura, direitos humanos, justiça, comunicação, trabalho, tecnologia e produção. As próximas operações ocorrerão em julho deste ano: Sentinelas Avançadas, em Rondônia, e Guaicurus, no Mato Grosso do Sul.
Projeto Rondon – O Projeto Rondon realizou 87 operações, entre 2005 e 2022, e atendeu um total de 1.272 municípios em quase todos os estados brasileiros. Ao todo, foram capacitados 24.128 rondonistas e formados mais de 2 milhões de multiplicadores de conhecimento entre produtores, agentes públicos, professores e lideranças locais.
“Participar do Rondon é uma experiência totalizante e imersiva no Brasil profundo. O projeto oportuniza uma vivência em que os pilares da universidade (ensino, pesquisa, extensão) são expostos e entrelaçados de maneira coerente. O professor é forçado a se redescobrir a cada dia da operação, ensinando a partir da prática e, ainda, que educação é comunicação”, apontou a Lidiane Maciel, socióloga e professora Universidade do Vale do Paraíba, integrante da Operação Portal do Sertão.
O Projeto Rondon é uma ação interministerial de cunho estratégico do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Defesa, destinada a contribuir com a cidadania. O nome do projeto é uma homenagem ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), militar sertanista e engenheiro, famoso por sua exploração do Mato Grosso e da Bacia Amazônica Ocidental, e por seu apoio vitalício às populações indígenas brasileiras.
Por Julia Campos – Sepesd/MD
Fotos; Antonio Oliveira (Ascom/MD) e Divulgação/Sepesd/MD