Mais um momento histórico se faz na Marinha e no Brasil: 12 candidatas, aprovadas no concurso do Colégio Naval, ingressaram, pela primeira vez, na instituição de Ensino Médio da Força, e passam pelo período de adaptação que vai até o dia 12 de fevereiro. O concurso para o Colégio Naval aconteceu em 2022 e reuniu, no geral, mais de 13 mil inscritos. O marco deste ano vem seguido do ingresso das primeiras marinheiras de carreira e da oportunidade de ingresso das mulheres como soldado fuzileiro naval.

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De acordo com o Comandante do Colégio Naval, Capitão de Mar e Guerra Leonardo Araujo Poppius, o ingresso das primeiras alunas no Colégio Naval foi cuidadosamente planejado durante o ano de 2022. “Algumas obras e serviços foram realizados para adaptar as nossas instalações e receber a turma de alunas, como: criação de um alojamento feminino; instalação de câmeras de segurança no entorno desse alojamento; adaptação das tradicionais rotundas do pátio interno para criação de banheiros femininos; adaptação da enfermaria, com a criação de 02 leitos exclusivos para o sexo feminino, entre outras coisas”, explica.

“É um orgulho profissional e pessoal estar à frente da turma dessas pioneiras que estão ajudando a escrever mais um importante capítulo na história da Marinha do Brasil. A mulher marinheira vem consolidando cada vez mais sua participação em diversas áreas, contribuindo para o cumprimento das mais variadas tarefas da nossa Força, com eficiência e eficácia, corroborando a acertada decisão da inclusão das mulheres na nossa Marinha, pois elas são exemplos de determinação, profissionalismo e eficiência no desempenho de suas tarefas”, destaca.

Isabella Marques Pereira, aprovada em 5º lugar, conta que estava estudando para concursos militares há um tempo. Quando soube que haveria vagas para o sexo feminino no Colégio Naval, focou nos estudos para conquistar seu sonho e contou com o apoio de amigos e familiares, especialmente de seus pais, Adriana Marques e Gilson Santos, Suboficial da Reserva da Marinha.

“Parece que estou vivendo um sonho. Quando a ficha cai, eu percebo que é uma honra fazer parte de tudo isso, um orgulho muito grande para mim e para minha família. Espero que seja algo agregador para a Força. As meninas estão vindo para somar, vai ser um momento muito especial para todas nós”, relata Isabella.

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Isabella e os pais no primeiro dia no Colégio Naval – Foto: Marinha do Brasil

Outra candidata que também se apresentou no último domingo, 29, foi Sophia Ferreira de Salles, aprovada em 8º lugar. Ela conta que sempre cogitou o militarismo para sua vida, pois seus pais e outros familiares são integrantes das Forças Armadas. E dentre as outras Forças irmãs, a Marinha foi a escolhida por ela.

“Eu conheci o Colégio Naval porque tenho pais e familiares militares, sempre gostei muito da Marinha. Quando comecei a fazer cursinho, não podiam entrar mulheres, mas eu sempre tinha uma esperança de abrir para elas, porque havia muitos boatos sobre isso. No início de 2022, veio a notícia e fiz o concurso”, conta Sophia.

O sentimento de vitória após todas as etapas vencidas e finalmente o resultado final ser divulgado é relembrado por sua mãe, Bianca Ferreira de Salles. “Eu estava trabalhando, era um dia bem agitado, ela não quis me dar a notícia pelo WhatsApp e fui a primeira a saber que ela tinha passado. Ela segurou e esperou para me dar a notícia para curtirmos isso juntas, porque embora toda a família tenha dado o suporte, é uma luta só nossa”, relembra.

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Sophia e sua mãe, Bianca Salles – Foto: Marinha do Brasil

Setor operativo recebe Praças e Oficiais do sexo feminino
Outro marco de 2023 é a participação das mulheres no setor operativo da instituição, que começou pelo ingresso de 48 mulheres nas Escolas de Aprendizes-Marinheiros, no dia 16 de janeiro de 2023. Somado a isso, a Força começou a receber nas Organizações Militares as primeiras seis mulheres integrantes dos Corpos da Armada e de Fuzileiros Navais graduadas na Escola Naval. E, recentemente, a abertura de edital para o concurso público com 96 vagas de soldado fuzileiro naval para o sexo feminino em 2023 para compor a turma em 2024. Ao todo, 162 mulheres estarão onde, antes, só havia homens.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).