Comunidade Palimiú, na Terra Indígena Yanomami, fica às margens do rio Uraricoera — Foto: Alexandro Pereira/Rede Amazônica

Sete garimpos ilegais foram desativados durante operação do Exército na região de Palimiú, comunidade na Terra Indígena Yanomami alvo de ataques de garimpeiros armados, em Roraima. A fiscalização ocorreu entre os dias 12 de maio e 4 de junho.

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Foram apreendidos 4,5 litros de óleo diesel, 750g de mercúrio – metal usado na extração de ouro, uma embarcação, 50 munições calibre 20 e quatro calibre 38, 35 motores usados na garimpagem, 10 geradores de energia e uma solda elétrica.

O Exército não informou se algum garimpeiro foi preso ou retirado da reserva na operação chamada de “Palimiú 1”.

A comunidade Palimiú fica às margens do rio Uraricoera, em Alto Alegre, Norte de Roraima, e é rota usada por garimpeiros que entram ilegalmente na Terra Yanomami. No dia 10 de maio, os invasores, à bordo de um barco, abriram fogo contra a comunidade e a partir daí houve uma sucessão de ataques.

No último dia 24, uma decisão do Supremo Tribunal Federal ordenou que o governo federal adotasse medidas para proteger a Terra Yanomami. Antes, uma outra medida judicial determinou o envio de efetivo armado para que ficasse de forma permanente em Palimiú, o que não ocorreu.

A operação, segundo o Exército, teve como foco “investigar as ações de garimpeiros ilegais contra a comunidade indígena e combater os crimes ambientais de garimpo que provocavam a degradação do meio ambiente no entorno de Palimiú”.

Enquanto havia a fiscalização, foi possível que o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei-Y), órgão ligado ao Ministério da Saúde responsável por levar atendimentos aos indígenas, realizasse atendimento médico a 30 indígenas e fizesse a distribuição de medicamentos para malária, doenças respiratórias e ferimentos leves.

Operação Palimiú 1 foi conduzida pela 1° Brigada de Infantaria de Selva e teve apoio do 7° Batalhão de Infantaria de Selva, Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Dsei-Y.

Em 2020, o ano da pandemia, o garimpo ilegal avançou 30% na Terra Yanomami. Só o rio Uraricoera concentra 52% de todo o dano causado pela atividade ilegal.

Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas. Cerca de 27 mil indígenas vivem na região, alvo de garimpeiros que invadem a terra em busca da extração ilegal de ouro.

A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.

Fonte: G1