O Ministro da Ciência e Tecnologia, Paulo Alvim, os presidentes das principais empresas do setor nuclear, especialistas e autoridades vão se reunir entre os dias 8 e 10 de novembro, na sede da Firjan, para debater o futuro da geração de energia nuclear como estratégia para conter os impactos das mudanças climáticas no Brasil e no mundo. O XIII SIEN terá como tema central “A Energia Nuclear – Amiga do Clima, do Homem e do Planeta”.

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Já declarada pelo Parlamento Europeu como “verde” e ambientalmente sustentável, a energia nuclear vem sendo apontada como a solução mais viável para conter a escalada do clima e a dependência de energia da Rússia pelos países europeus. Agravada pela guerra da Ucrânia, a construção de usinas nucleares ganhou prioridade em todo o mundo.

No Brasil, o Plano Decenal de Energia, PDE 2031, prevê uma quarta usina no Sudeste nos próximos dez anos. Enquanto isso, o Plano Nacional de Energia (PNE 2050) programa entre oito a dez novas usinas atômicas (com um total de 10 GW), que deverão ser instaladas no Nordeste.

A estratégia que vem norteando as discussões da política energética brasileira visa a transformar a estrutura de geração elétrica do País de maneira a buscar uma novo modelo de matriz colaborativa, conjugando fontes eólica, solar e nuclear. Assim, será possível, aos poucos, suprir a perda de capacidade da geração hidrelétrica, que tende a se esgotar até 2030, por energia limpa, de forma a cumprir as metas climáticas propostas até 2050. Este será inclusive o tema da palestra que o cientista Paulo Artaxo, membro do IPCC e professor do Instituo de Física da USP, fará durante o XIII SIEN.

DESMISTIFICANDO O FANTASMA NUCLEAR

“A energia nuclear é a mais segura de todas as tecnologias de eletricidade que temos”. Vinda de quem veio – Patrick Moore, ex-diretor e fundador do Greenpeace, a declaração, feita recentemente na mídia e redes sociais, assume uma expressão gigante na discussão sobre a importância dessa tecnologia para conter o aquecimento do planeta.

Comentando a decisão do Parlamento Europeu de classificar a energia nuclear como “verde” e ambientalmente sustentável, Moore afirmou que existem mais de 100 usinas nucleares operacionais nos Estados Unidos, Canadá e Europa, mas nenhuma delas jamais causou um ferimento ou morte por radiação ou um acidente. Mesmo os conhecidos acidentes em Three Mile Island e Fukushima “não prejudicaram ninguém, muito menos mataram ninguém por causa da radiação”. A única exceção, diz ele, foi Chernobyl, na antiga União Soviética, por falha de projeto.

Este assunto também faz parte da agenda SIEN 2022. Na programação, o evento também abordará temas como as oportunidades de negócios que surgem com os projetos em andamento, a estruturação e reorganização da cadeia produtiva do setor e a recente flexibilização da mineração de urânio através de parcerias como setor privado. A irradiação de alimentos, medicina nuclear, a retomada de Angra 3 e a construção de novas usinas no País também estão na pauta de debates.

POTENCIAL DE NEGÓCIOS

Com perspectivas de investimentos em torno de U$ 68 bilhões nos próximos 30 anos, o setor nuclear deverá se transformar em uma das mais potentes alavancas do desenvolvimento brasileiro, gerando milhares de empregos e desenvolvimento em toda a cadeia produtiva da indústria.

Somente nos próximos dez anos, estão previstos investimentos estimados em mais de U$ 12 bilhões na conclusão de Angra 3, na extensão da vida de Angra 1 e modernização de Angra 2 e na construção da quarta usina nuclear do sudeste programada no PDE 2031. Já a construção de 8 a 10 GW em novas usinas previstas no Plano Nacional de Energia (PNE) 2050 prevê investimentos de US$ 56 bilhões até 2050.

O SIEN acontecerá em formato híbrido com tradução simultânea. Controlada a pandemia, o SIEN 2022 traz de volta a visita técnica à Central Nuclear de Angra dos Reis, no quarto dia (11/11), que deverá abranger também as obras da nova usina de Angra 3.

Já confirmaram presença o Vice Diretor Geral e Chefe do Departamento de Energia Nuclear da Agência Iternaconal de Energia Nuclear – AIEA, Mikhail Chudakov; os presidentes da ENBPar, Ney Zanella; o Presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi; da Eletronuclear, Eduardo de Souza Grivot Grand Court; da NUCLEP, Carlos Seixas; da INB, Carlos Freire; e o Diretor Técnico da Amazul, Carlos Alberto Matias.