No coração do treinamento militar naval, a tecnologia emerge como uma ferramenta indispensável para enfrentar os desafios contemporâneos da guerra naval. Em Brasília, a Primeiro-Tenente (RM2-T) Daniela Meireles destaca a utilização de simuladores avançados pela Marinha do Brasil (MB), uma estratégia que transforma o paradigma da preparação de submarinistas e aviadores navais. A complexidade das missões e o alto valor dos ativos subaquáticos tornam imperativo o uso de simuladores que oferecem experiências próximas da realidade, sem comprometer a segurança ou recursos.

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Simulação: A Fronteira da Experiência Naval

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O simulador de submarino do CIAMA permite experiência imersiva para formação militar – Imagem: Marinha do Brasil

Os simuladores empregados pela MB vão além da simples replicação de cenários; eles introduzem os militares a ambientes operacionais diversificados – da montanha ao ambiente urbano, da caatinga à selva. O Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché (CIAMA) e o Centro de Análises de Sistemas Navais estão na vanguarda dessa inovação, desenvolvendo tecnologias que permitem treinamento em realidade aumentada e simuladores de imersão, essenciais para a qualificação dos tripulantes dos submarinos da classe “Riachuelo”.

Realidade Aumentada e Aviação Naval

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Ferramentas como o TOFT SH-16 aumentaram a segurança da aviação naval – Imagem: Marinha do Brasil

Na aviação naval, os simuladores como o TOFT SH-16 “Seahawk” e o AATD AF-1B “Skyhawk” representam marcos tecnológicos, reduzindo as horas de voo em aeronaves reais e aumentando a segurança das operações. Essas ferramentas são cruciais para a prática de manobras de alta complexidade, como pouso em movimento e reabastecimento em voo, reforçando a capacitação dos aviadores navais.

A Margem de Erro Reduzida ao Mínimo

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Simuladores de passadiço são fundamentais na formação de futuros Oficiais de manobra – Imagem: Marinha do Brasil

O Capitão de Mar e Guerra Claudio Coreixas de Moraes, mestre em Modelagem e Simulação em Ambientes Virtuais, ressalta a importância da simulação para a execução precisa de tarefas complexas, onde a margem para erros é praticamente inexistente. A simulação oferece uma ponte crítica entre o conhecimento teórico e a prática operacional, assegurando um nível de proficiência elevado para a atividade militar naval.

Simuladores: Entre a Prática e a Teoria

A transição do conhecimento teórico para a aplicação prática é um desafio que os simuladores endereçam eficientemente. Ao oferecer aos aspirantes experiências realistas antes mesmo de embarcarem, os simuladores otimizam o uso de recursos e maximizam o aproveitamento do treinamento. Isso é evidente na formação oferecida pelo Colégio Naval, pela Escola Naval e pelas Escolas de Aprendizes-Marinheiros, onde o uso de simuladores é uma prática comum.

Inovação e Gameficação no Aprendizado

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O simulador de paraquedas é um dos mais recentes desenvolvidos pelo CASNAV – Imagem: Marinha do Brasil

O emprego de elementos de jogos eletrônicos nos simuladores é uma tendência crescente, que visa aprimorar a retenção do aprendizado e o desenvolvimento cognitivo. Essa abordagem, que mescla regras, estratégias e recompensas, promove uma imersão profunda e uma conexão mais efetiva com o público mais jovem, preparando-os para responder a diversas circunstâncias com eficiência e rapidez.

Reconhecimento Internacional e Inovação Contínua

A MB se destaca internacionalmente pelo uso inovador de simuladores, posicionando o Brasil entre os líderes globais na área de treinamento militar naval. A visão estratégica da MB de incorporar simuladores desde a formação inicial até o treinamento avançado reflete um compromisso com a excelência e a segurança, garantindo que a Marinha Brasileira permaneça na vanguarda da tecnologia e da preparação militar.

Marcelo Barros, com informações da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).