O Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul” da Marinha do Brasil chegou ao Porto de Belém (PA) nesta sexta-feira (10) para realizar pesquisas em apoio ao Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (LEPLAC). Esse programa tem como objetivo determinar a área marítima na qual o Brasil pode exercer direitos de soberania para a exploração dos recursos naturais do leito e do subsolo marinho, além do limite de 200 milhas náuticas.
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O Navio tem como tarefas coletar dados de batimetria (medição de profundidade de massas de água) e de sísmica rasa (caracterização de feições de fundo e sub-fundo marinho) para reforçar a identificação da base do talude, em especial nas regiões do Mega Deslizamento Pará-Maranhão e na Cadeia Norte Brasileira.
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar permite que os países ampliem seus limites marítimos, desde que apresentem estudos que comprovem a extensão de sua plataforma continental. A regra consiste em determinar, a partir da definição da profundidade do mar e da espessura de sedimento, até onde existe o prolongamento natural da massa continental submersa.
O comandante do NHo “Cruzeiro do Sul”, Claudio Luiz Pereira Batista, explicou que esse trabalho de determinar o limite exterior da última fronteira do Brasil, a leste do país, além das 200 milhas náuticas, vai ser um legado para as gerações futuras, já que o Brasil terá a oportunidade do direito à soberania e exploração das riquezas minerais do leito e do solo e subsolo marinhos.
O Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul” tem uma tripulação de 66 militares e é equipado com dois guinchos oceanográficos para águas profundas, dois ecobatímetros, além de estação meteorológica. Ele permanecerá no Porto de Belém até o dia 14 de março, quando partirá para nova escala em Fortaleza, Natal (RN), até o retorno à Base, em Niterói, no dia 20 de abril.
A LEPLAC é um programa de grande importância para o Brasil, pois pode redefinir as fronteiras do país e garantir a exploração dos recursos naturais do leito e do subsolo marinho. O Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul” é uma das peças fundamentais nesse trabalho, coletando dados importantes para a definição das fronteiras marítimas brasileiras.