O Ministério da Defesa no Brasil colocou uma solução em blockchain como um Produto Estratégico da Defesa (PED), em um documento assinado pelo General Walter Souza Braga Netto.

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

Segundo a Portaria Normativa n.º 86/GM-MD, de 13 de dezembro de 2018, os PED são produtos de interesse estratégico para a defesa nacional. Este pode ser um bem, serviço, obra ou informação para a exclusiva finalidade de defesa, com exceção de produtos administrativos, mas que são de conteúdos tecnológicos de difícil obtenção.

“Produto Estratégico de Defesa – PED – todo PRODE que, pelo conteúdo tecnológico, pela dificuldade de obtenção ou pela imprescindibilidade, seja de interesse estratégico para a defesa nacional”.

Para oferecer este PED, o Ministério da Defesa define em sua portaria que deve haver o credenciamento de Empresas Estratégicas de Defesa (EED), que são pessoas jurídicas com sede no Brasil, que estudam e pesquisam sobre o tema de interesse, dispõe de comprovado conhecimento técnico, garante que não tenha 2/3 de sócios estrangeiros e assegura a continuidade produtiva no Brasil.

Ministério da Defesa escolhe empresa de Brasília para credenciar produto em blockchain

Atendidas as condições para que um PED e uma EED seja credenciada pelo Ministério da Defesa no Brasil, essa informação deve ser pública.

Dessa forma, o Ministério da Defesa, com a assinatura do Ministro Braga Netto, publicou no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (22) o credenciamento da empresa GoLedger, que trabalha com a tecnologia blockchain e possuí sede em Brasília (DF).

De acordo com o DOU, a GoLedger passa a desenvolver Produtos Estratégicos de Defesa (PED) no Brasil, sendo a Orquestração de Redes Blockchain alvo de interesse nacional.

Segundo o site da GoLedger, a plataforma GoFabric é utilizada para orquestrar uma solução blockchain permissionada, também conhecida como DLT, com a tecnologia Hyperledger Fabric. Isso dá a possibilidade administrar nós da rede, trabalhar com contratos inteligentes, tudo com governança eficiente, garante a empresa contratada.

Vale notar que a publicação ainda declarou que a GoLedger passa a ser credenciada como Empresas Estratégicas de Defesa (EED).

Livecoins procurou conversar com Otávio Soares, fundador e COO da GoLedger para entender mais detalhes sobre a ferramenta. Em sua explicação, o executivo da empresa disse que este credenciamento acontece “com base no BID, Base de Indústria de Defesa para incentivar inovações nacionais como acontece no mundo inteiro“.

Ele lembrou que a própria internet saiu após um estudo do setor de defesa dos Estados Unidos, ou seja, há o interesse em inovar também no Brasil.

“Com o credenciamento do PED e, consequentemente, o da GoLedger como EED, o MD agora pode nos incluir nas feiras internacionais de Segurança e Defesa como uma solução brasileira, levando nossa tecnologia para o mundo”.

Processo de credenciamento é muito rígido e durou alguns anos

Questionado se o credenciamento foi feito rapidamente, Otávio disse que trabalha há alguns anos para conseguir, visto que o processo é rígido e deve ser avaliado por todas as forças.

“Estou trabalhando nisso desde dezembro de 2018, são sete etapas a serem cumpridas. O processo de credenciamento é bem rígido, passa por todas as Forças [De Segurança nacionais]”.

O COO ainda disse que não está criando nenhum projeto novo para o Ministério de Defesa, visto que a empresa já tem uma “plataforma de orquestração de redes blockchain desenvolvida 100% pela GoLedger com características únicas no mundo“.

Ele disse ainda que sua plataforma blockchain, agora credenciada como parte da Estratégia de Defesa Nacional, não está restrita a gestão de infraestrutura, com trabalhos também na área de negócios, com a governança de contratos inteligentes, entre outras funcionalidades mais.

STF determinou que Exército brasileiro utilize sistemas de controles para armas nos últimos dias

Chama atenção que o credenciamento da GoLedger acontece dias após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que expediu um ofício de urgência para o Ministro da Defesa, após um pedido feito pelo PDT e PSOL.

No pedido, os partidos afirmaram que o Exército brasileiro havia feito o cancelamento da modernização dos sistemas de controles de armas no Brasil, que também utilizaria a blockchain para rastreio de armas, munições, explosivos, entre outros.

Assim, o Ministro Alexandre de Moraes concordou com os partidos de que o cancelamento da modernização dos sistemas de controle eram inconstitucionais, visto que é dever da União controlar e fiscalizar este setor.

Fonte: DCiber.org