Uma questão de ordem técnica impediu, nesta quarta-feira (21/12), a realização do lançamento experimental do foguete HANBIT-TLV em conjunto com uma empresa privada de outra nação, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

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O foguete passou em todos os testes de segurança e recebeu a aprovação para a fase final do voo não apresentando problemas. Agora, os profissionais da empresa sul-coreana Innospace e do Centro de Lançamento de Alcântara já estão conduzindo uma avaliação técnica detalhada para que o problema seja identificado e sanado e possa, mantendo a segurança, realizar um próximo lançamento em nova data a ser definida.

Ainda assim, a Operação é considerada em parte bem-sucedida, tendo em vista todas as etapas desenvolvidas antes da tentativa de lançamento. Incluem-se nessas fases a operação conjunta entre as instituições brasileiras e a empresa sul-coreana no desenvolvimento de novas tecnologias, a evolução da estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, a complexa logística de transporte do foguete e, ainda, os ganhos para a indústria nacional e para o comércio e setor de serviços no entorno do Centro.

“Atividades de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias associadas à área Espacial possuem, de forma intrínseca, maior nível de incerteza e risco associados, mas importantes lições foram aprendidas para que as questões técnicas associadas ao ineditismo da Operação possam ser superadas para futuros lançamentos”, ressaltou o Coordenador-Geral da Operação Astrolábio, Coronel Aviador Rodrigo José Fontes de Almeida.

Sobre o foguete e a carga útil

i22122111152101119O HANBIT-TLV é um lançador de satélites que mede 16,5 metros e pesa 8,4 toneladas. O foguete, desenvolvido pela empresa Innospace, utiliza um sistema patenteado de alimentação por bomba elétrica, além de tecnologia híbrida, ou seja, com propulsores à base de oxigênio líquido e uma mistura de parafinas, o que proporciona composição química estável, fabricação mais rápida e de menor custo.

O veículo é equipado com a carga útil denominada Sistema de Navegação Inercial (SISNAV), desenvolvida pelos militares e profissionais civis do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o qual faz parte do DCTA.

O SISNAV é um experimento tecnológico brasileiro essencial para a navegação autônoma de foguetes, que permitirá ao Brasil um grande passo em direção à independência no desenvolvimento de veículos para lançamentos de satélites de todos os tipos. O Projeto SISNAV está inserido dentro do Sistema de Navegação e Controle (SISNAC), previsto para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) da FAB, focado em órbitas baixas no chamado New Space.

Essa missão promove o desenvolvimento técnico e operacional das equipes envolvidas no que tange à tecnologia de propulsão híbrida, avaliação do desempenho em voo do SISNAV e sistemas de rastreio, transmissão e recebimento de dados. Dessa forma, o Programa Espacial Brasileiro será fortalecido, mostrando ao mundo a capacidade do Brasil de desenvolver tecnologias aeroespaciais.

Fotos: Sargento Petherson/DCTA

Marcelo Barros, com informações da Agência Força Aérea
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).