No cenário atual há uma crescente preocupação das empresas com a segurança dos seus funcionários e a adequação às novas tecnologias. Isso é muito observado nas companhias que realizam projetos submarinos, a exemplo do setor de Óleo & Gás, principalmente com a tendência à exploração das reservas de petróleo em águas profunda, o que impede a utilização de mergulhadores devido à alta pressão.

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Tendo isso em vista, essas empresas passaram a utilizar robôs para substituir os mergulhadores. Porém, ainda há uma grande dependência de seres humanos para controlar os robôs e fazer todos os serviços. Dessa forma, a RoboNation®, uma organização norte-americana sem fins lucrativos focada em desenvolver soluções de automação para veículos, criou uma competição com o intuito de incentivar a automação submarina e atacar esses problemas vistos no mercado.

Assim surgiu a RoboSub®, uma competição internacional voltada principalmente a estudantes universitários com foco no desenvolvimento de submarinos autônomos, também conhecidos como Autonomous Underwater Vehicles (AUVs). Os participantes têm por missão completar uma série de provas que simulam trabalhos exigidos de robôs em atividades submarinas.

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Robô da UFRJ Nautilus na RoboSub de 2018

A competição ocorre anualmente na cidade de San Diego, na Califórnia – USA e dura uma semana. Nesses sete dias ela é dividida em três fases, sendo a primeira a etapa classificatória, que ocorre nos cinco primeiros dias, os quais as equipes batalham para conseguir uma vaga na semifinal. Esta representa a segunda fase e ocorre no sexto dia entre os melhores classificados. Por fim, temos o último dia, quando ocorre a grande final com as melhores equipes e o evento de encerramento.

Todo ano a competição possui um tema diferente que muda a dinâmica das provas, mas as tarefas que o robô deve concluir, sem qualquer controle e interferência de seres humanos, seguem um padrão, podendo classificá-las de modo geral em 11 tipos:

1. Lançamento de moeda: É lançada uma moeda cuja face resultante determina a orientação inicial do robô em relação à doca, fazendo com que ele deva se reorientar para seguir para a próxima tarefa.

2. Passar pelo portão: Este movimento valida a corrida que o robô faz em seguida, e nos permite classificar para a semifinal. Para completar a tarefa, o veículo autônomo precisa identificar um portão e manter o controle até passar por seus limites.

3. Estilo: Logo após passar pelo portão, são atribuídos pontos de estilo para cada volta completa do robô em torno de seus próprios eixos.

4. Seguir o caminho: Existe um caminho vermelho no fundo do tanque da competição, que o robô pode usar para se localizar no espaço.

5. “Bater” na boia: Duas boias com diferentes imagens são posicionadas depois do portão. Cada imagem vale uma pontuação diferente e cabe à “visão” do robô detectar a imagem que vale mais pontos.

6. Coletar e depositar: Há objetos espalhados pelo tanque de competição que podem ser coletados e depois soltos pelo robô no lugar adequado. Cada uma dessas ações rende pontos para a equipe.

7. Lançar torpedos: Nesta tarefa, o robô precisa reconhecer um alvo no tanque e lançar um torpedo em sua direção.

8. Emergir no alvo: Há um octógono dentro de que o robô pode emergir. Para isso o veículo precisa encontrar o lugar certo e acionar seus propulsores para subir.

9. Soltar objetos: O robô possui um acionador que solta bolinhas. Na competição, as bolinhas precisam ser soltas no lugar correto.

10. Comunicação: As equipes podem participar com mais de um veículo, e ganham pontos se eles se comunicarem.

11. Captar sinais: No tanque de competição, há dois emissores de sinal posicionados perto de algumas provas específicas. O robô pode triangular o sinal para identificar sua posição, somando pontos.

A competição ocorre há vinte anos, é acompanhada e financiada por líderes das grandes empresas mundiais de tecnologia como a Nvidia, Siemens, BlueRobotics entre outras. Os melhores colocados dividem uma premiação em dinheiro, ano passado por exemplo, a premiação dividia entre as equipes foi de $20.000,00! Em quatro anos de história da equipe, a UFRJ Nautilus foi três vezes na competição e chegou duas vezes na semi-final, nos anos de 2018 e 2019. Sendo a única equipe a representar não só o Brasil, mas toda a America do Sul, estamos trabalhando cada vez mais e trazendo tecnologia e inovação brasileira para o mundo.

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UFRJ Nautilus na RoboSub de 2019

Texto de Felipe Barros Costa

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Conheça mais sobre a Equipe UFRJ Nautilus e dê seu apoio!

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).