O Tenente Antônio João escreveu a célebre frase em bilhete enviado ao Distrito Militar de Miranda, na iminência de um ataque à colônia de Dourados, durante a Guerra da Tríplice Aliança. Por haver tombado em combate, seu ato de bravura foi reconhecido no Decreto nº 85.091, de 24 de agosto de 1980, que o declarou Patrono do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO).

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Nascido na Vila de Poconé, província de Mato Grosso, em 24 de novembro de 1823, Antônio João Ribeiro ingressou voluntariamente nas fileiras do Exército como soldado, em 1841, no Batalhão de Caçadores Nº 12, em Cuiabá. Militar diferenciado, atingiu rapidamente as graduações de cabo e de sargento. Graças ao seu destacado desempenho profissional, foi promovido a alferes em 1852, e a primeiro-tenente em 1860, ano em que foi designado Comandante da Colônia Militar de Dourados. Sua missão era vigiar centenas de quilômetros de fronteira em território mato-grossense com um efetivo de apenas 14 homens.

Em 28 de dezembro de 1864, durante a Guerra da Tríplice Aliança, chegou à colônia de Dourados a informação de que uma força inimiga de aproximadamente 300 homens se aproximava para atacar. Ao tomar conhecimento da situação, o Tenente Antônio João determinou a retirada dos poucos habitantes daquela região para um lugar mais protegido, permanecendo na colônia somente um pequeno efetivo para resistir à invasão. Ciente da vantagem numérica e material do inimigo, e ciente de que não haveria tempo hábil para a chegada de reforço para apoiá-lo na resistência, Antônio João preparou-se para o combate sem hesitar. Para informar a situação a seus superiores, escreveu um bilhete contendo a frase que, mais tarde, o levaria a ser imortalizado no distinto grupo de Patronos do Exército Brasileiro: “Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha Pátria”. Durante o combate, o bravo oficial foi intimado a render-se, porém optou por combater e entregou a própria vida em defesa da nação.

Fiel ao exemplo do valoroso soldado que se tornou oficial, a Força Terrestre criou o Quadro Auxiliar de Oficiais, por meio do Decreto Presidencial n° 84.333, de 20 de dezembro de 1979, visando ao aproveitamento da grande experiência e dos valores que as praças acumularam ao longo de suas carreiras. O Quadro permite a promoção de subtenentes e sargentos para desempenharem funções de confiança, de chefia e de assessoramento nas organizações militares.

Atualmente, o Quadro Auxiliar de Oficiais é constituído pelo universo de oficiais oriundos do círculo das praças de carreira que possuem o Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais. Após atingirem a graduação de subtenente, esses militares podem, conforme o mérito individual, ascender ao posto de segundo-tenente e alcançar o posto de capitão, por merecimento.

O oficial do QAO exerce suas atividades em todas as organizações militares da Força Terrestre, desempenhando funções nas áreas de administração, saúde, material bélico, música, aviação e topografia. A multiplicidade e a relevância das funções outorgadas a esses oficiais valorizam aqueles que serviram de maneira honrosa, por tantos anos, aos interesses do Exército Brasileiro.

Possuidores de um brioso caráter, senso de cumprimento do dever e compromisso com a Força, virtudes que se reportam ao nobre patrono, os oficiais do Quadro Auxiliar são integrantes fundamentais da Instituição. Seja pelo desempenho das atividades de chefia, seja pelo exemplo de dedicação demonstrado aos jovens que iniciam a carreira, o Quadro Auxiliar de Oficiais é um referencial de conduta militar.

Parabéns aos valorosos integrantes do Quadro Auxiliar de Oficiais do Exército Brasileiro!

Brasília – DF, 24 de novembro de 2022.

Marcelo Barros, com informações do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).