As Forças Armadas têm um papel fundamental na defesa do país, previsto na Constituição Federal de 1988. Constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem. Já os militares que as compõem são formados por homens e mulheres que juraram à bandeira e assumiram o compromisso de defender o seu país com o sacrifício da própria vida. Honra, patriotismo, coragem e lealdade são alguns dos valores esperados daqueles que escolheram ingressar na carreira militar.
Essa carreira apresenta algumas peculiaridades, como, por exemplo, a constante mobilidade geográfica. É possível que um militar da Marinha do Brasil (MB) seja transferido, a qualquer tempo, para servir em um dos nove Distritos Navais, distribuídos pelas cinco regiões do Brasil. O Primeiro-Sargento (Arrumador) Fábio Antonio Pollesi é um exemplo. “Em 1999, entrei para a Escola de Aprendizes-Marinheiros em Santa Catarina. Em 2001, me mudei para Rio Grande [RS]. Já no ano de 2004, mudei novamente para o Rio de Janeiro”, relata.
A dedicação exclusiva é outra vertente que diferencia a carreira militar da civil. O militar, ao ingressar na Força, compromete-se a estar sempre à disposição, 24 horas por dia e sete vezes na semana. Devido a isso, alguns direitos sociais, como remuneração do trabalho noturno superior a do trabalho diurno ou carga máxima de trabalho de oito horas por dia, não podem ser reivindicados.
Durante toda a carreira, o militar realiza exames e testes físicos, pois é necessário um bom condicionamento físico para estar preparado para enfrentar qualquer situação e risco, mesmo que isso implique, em algum momento, em colocar sua própria vida em sacrifício para servir ao Brasil.
Para muitos, ser militar é a realização de um sonho. Uma palavra que carrega em si o desejo de servir à nação. O Guarda-Marinha (Auxiliar da Armada) Maurício dos Santos Guedes ingressou na Força em 1995, aos 19 anos. “Meu pai sempre me levava para os desfiles de 7 de setembro e certa vez eu disse: ‘pai, um dia também estarei aí desfilando, fardado, acho que será na Marinha’”, relembra. Após 27 anos de serviços prestados, a paixão pela carreira fez com que o militar prestasse o concurso de admissão ao Curso de  Formação de Oficiais Auxiliares e que hoje se aproxima de sua formatura. “Fazer parte desse contingente de homens e mulheres ávidos por levar a Força ao estado da arte é muito gratificante. Faria tudo de novo se fosse necessário”, assegura o futuro Tenente Guedes.
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Guarda-Marinha (AA) Guedes no início de sua carreira

A família também foi importante para a Primeiro-Tenente (Quadro Técnico) Emanuele Cristina Diogo Melo. Seu pai, o Primeiro-Sargento (Fuzileiro Naval) Manoel de Souza Melo, e seus irmãos, Capitão de Mar e Guerra Robertson Diogo Melo e Capitão de Fragata Anderson Diogo Melo, foram sua inspiração. “Cresci ouvindo histórias sobre a Marinha do Brasil e sempre participei das formaturas e eventos do meu pai e dos meus irmãos, os quais me fizeram ter contato com o ambiente militar”, declara.

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Primeiro-Tenente (T) Emanuele com a sua família

Ingresso na Marinha

Jornalista, médico, dentista, engenheiro, publicitário, assistente social, administrador, o que estes profissionais têm em comum? É possível construir uma carreira longínqua e próspera na MB. Existem 20 portas de entrada para aqueles que almejam a carreira militar-naval. Os certames são distribuídos entre os níveis fundamental, médio, médio técnico e superior. Há concursos públicos voltados à seleção de candidatos que seguirão a  carreira militar e processos seletivos para o Serviço Militar Voluntário (SMV), como militares temporários. O Capitão de Mar e Guerra Alvaro Lemos, Diretor do Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha (SSPM), organização militar responsável pela maior parte dos concursos da Força, explica porque alguém deveria ingressar na Força.
“Podemos encontrar na Marinha do Brasil uma carreira composta de profissões altamente gratificantes e valorosas, que contribuem para a Defesa da Pátria e se encontram em sintonia com a nossa sociedade. Nada pode ser mais gratificante do que servir às pessoas e ao país”, diz ele.
Neste ano, o processo seletivo SMV para Oficiais da Reserva de 2ª Classe da Marinha, voltado para profissionais das áreas de ciência, tecnologia e medicina, com faixa etária entre 18 e menos de 41 anos, obteve o maior número de inscritos, com cerca de 30 mil voluntários. São pessoas que sonham em obter as vantagens da carreira militar.
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Atendimento odontológico durante a XXII Operação “Acre” 2022

Do mesmo modo que a profissão das armas tem suas peculiaridades, os concursos para ingressar na MB também apresentam etapas que não são comuns em outros certames. Avaliação Psicológica, Inspeção de Saúde e Teste de Aptidão Física de Ingresso, por exemplo, são fases importantes e eliminatórias que merecem a atenção dos ingressantes.

Após o êxito nas etapas, quando o nome finalmente aparece na lista de convocados, o candidato inicia o período de adaptação, no qual os primeiros ensinamentos sobre hierarquia e disciplina, bases do militarismo, são transmitidos. Posteriormente, começa o curso de formação, período em que aspectos do militarismo, como tradições navais e cerimoniais, são ensinados, além de disciplinas específicas de acordo com cada certame, formando-se, assim, marinheiros e fuzileiros navais aptos a servirem nas diversas Organizações Militares da Marinha do Brasil.
O Diretor do SSPM orienta aqueles que desejam ingressar na Força. “Aprenda com os militares da Marinha, seja o ‘timoneiro’ da sua vida. Estude, evolua, pontue e classifique-se. A Marinha do Brasil espera você através das diversas ‘portas’ de entrada para a Instituição. Dedique-se!”, incentiva.
Brenda Reis estuda há 10 meses para o Concurso Público do Quadro Técnico da Marinha do Brasil e sonha em vestir a farda.  “Acredito que ser militar é dar exemplo antes de tudo, é respeitar as pessoas e prestar serviço à população, quero ajudar a quem precisa”, comenta.
A importância da carreira militar diz respeito também ao atendimento da estrutura político-estratégica do Brasil, segundo o Capitão de Mar e Guerra Alvaro Lemos. “Cada militar é essencial dentro de seu navio, submarino, aeronave ou unidade de terra. Desde o Cozinheiro ao Operador de Sonar, do Marinheiro ao Comandante do navio, todos têm sua responsabilidade e comprometimento como senso comum para atender a estatura político-estratégica do Brasil”, destaca.
Ao ingressar na MB, com um plano profissional delineado e salário compatível com o mercado de trabalho, o militar poderá ter oportunidades únicas, como participar de treinamentos e missões nacionais e internacionais, conhecer outros estados, além de contribuir para a defesa do Brasil, trabalhando em uma das instituições mais respeitadas do país.
O Diretor do SSPM destaca outros benefícios da carreira. “Servir à Marinha do Brasil desenvolverá conhecimento e habilidades dentro de sua profissão. Além das escolas de formação, ao longo da carreira, cada militar continuará a ser treinado e capacitado para um crescimento contínuo em sua função e dentro de sua equipe. Oportunidades de desenvolvimento, possibilidades de trabalhar em várias Unidades da Federação e benefícios próprios pela ascensão de sua classificação e pontuação fazem cada militar ser o principal ‘timoneiro’ de sua carreira na Marinha”, conclui.
Saiba como fazer parte da Marinha do Brasil
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Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).