A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) concluiu, nesta quarta-feira (25/11), um longo trabalho independente para autorizar novamente a operação das aeronaves modelo Boeing 737-8 MAX no Brasil. Com um processo de aproximadamente dois anos, a validação das modificações do projeto foi feita pela ANAC após a aprovação da autoridade certificadora, a estadunidense Federal Aviation Administration (FAA).

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A ANAC retirou a Diretriz de Aeronavegabilidade que restringia a operação do MAX no Brasil após concordar com a avaliação da FAA de que todos os elementos técnicos e regulatórios necessários para endereçar as questões de segurança foram realizados. A Diretriz de Aeronavegabilidade da FAA, divulgada no dia 20/11, foi adotada também pela ANAC e tem vigência automática no Brasil, devendo ser cumprida de imediato pelos operadores aéreos que pretendem operar o modelo. Atualmente, somente a Gol Linhas Aéreas possui aeronaves Boeing 737-8 MAX na frota brasileira.

A aprovação do novo projeto do Boing 737-8 MAX reuniu apenas as quatro autoridades de aviação que compõe o fórum Certification Management Team (CMT)a autoridade da União Europeia European Union Aviation Safety Agency (EASA), a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)que discutiram em conjunto com a FAA quais seriam as exigências para o retorno do modelo de aeronave às operações.

 

Novo projeto e próximos passos

Dentre as exigências de projeto está a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo desse modelo de aeronave, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores. Adicionalmente, também houve a revisão do programa de treinamento dos pilotos.

Tecnicamente, o retorno das operações é permitido com a revogação da Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (DAE) nº 2019-03-01, que proibia a operação comercial desse modelo de aeronave no país, e com a comprovação do cumprimento das exigências de treinamento para tripulação e de projeto para os aviões. A DAE foi revogada também nesta quarta-feira (25/11) e a Gol Linhas Aéreas segue implementando, sob supervisão, os requisitos necessários para retorno das operações com as aeronaves Boeing 737-8 MAX em segurança.

Participação da ANAC no processo de validação

Desde abril de 2019, quando a Boeing iniciou as atividades para recertificação das modificações propostas, a ANAC vem dedicando esforços para o retorno seguro das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil. Ao todo, cerca de 20 profissionais da Agência, dentre engenheiros(as) de diversas especialidades e pilotos, inclusive de ensaio de voo, participaram desse processo.

Ressaltando a importância da coordenação entre as autoridades do CMT para o desenvolvimento dessa atividade de recertificação, o superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC, Roberto Honorato, afirma que “essa avaliação minuciosa do sistema de controle de voo é um registro sem precedentes na história da aviação”. Além dissoas modificações e procedimentos revisados fornecem total confiança para a retomada das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil”, destaca Honorato.

A implementação de outras melhorias, não condicionantes para o retorno do Boeing 737-8 MAX às operações, permanecem em andamento com o objetivo de continuar aprimorando a utilização do modelo de aeronave e suas funcionalidades.

Fonte: ANAC
Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).