Será que vai chover hoje? Essa é a pergunta mais comum quando pensamos na previsão do tempo levantada pelos Meteorologistas. A atuação desses profissionais é de vital importância para o desenvolvimento nacional e vai muito além da estimativa de um dia de sol ou de chuva, com impacto nos setores agrícola, energético, de recursos hídricos,  da aviação, saúde e da defesa civil.

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No dia 14 de outubro é celebrado o Dia Nacional do Meteorologista, data em que  a profissão foi regulamentada no Brasil. A Agência Marinha de Notícias entrevistou a Capitão de Corveta (Quadro Técnico) Flávia Rodrigues Pinheiro, meteorologista do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), para conhecer mais da atividade.

Ela recebeu este ano o prêmio “Soberania pela Ciência” com projeto focado em cartas meteorológicas digitais. A premiação é realizada pela Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha desde 2016 e o trabalho “Carta Sinótica Meteorológica em Formato Digital Editável: inovação aliada à qualidade subjetiva” foi o vencedor.

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Capitão de Corveta Flávia  Rodrigues, meteorologista da Marinha do Brasil

Aproveitando a data comemorativa do Dia do Meteorologista, que é celebrada hoje, 14 de outubro, pode explicar brevemente como é a atuação do profissional de meteorologia na Marinha do Brasil?

O meteorologista atua diretamente na segurança da navegação, produzindo previsões de tempo e mar que são divulgadas tanto para as diversas comissões do meio operativo naval quanto aos usuários e navegantes do meio civil. São previsões que focam em avisos de mau tempo referentes a vento forte, mar grosso, ressaca ou até mesmo nevoeiros. Todos esses fatores meteorológicos podem impossibilitar uma navegação segura.

No início do ano, recebeu o prêmio “Soberania pela Ciência”. A proposta ganhadora foi sobre “Carta Sinótica Meteorológica em Formato Digital Editável: inovação aliada à qualidade subjetiva”. Explique um pouco sobre o que são as cartas sinóticas.

Resumidamente, são mapas onde são representadas frentes frias, centros de baixa pressão que as originam, eventuais ciclones que podem se formar no oceano e áreas de instabilidade. Desde setembro de 2021, a confecção das cartas é realizada de forma automática, a partir de programas computacionais. O tempo de confecção manual era de aproximadamente 90 minutos, ao passo que o processo atual automatizado leva em torno de 10 segundos.

O detalhe é que o programa ainda permite a intervenção do militar, caso sua experiência mostre que o programa se equivocou no posicionamento de uma frente fria ou intensidade de algum ciclone, por exemplo. Além disso, o fato da carta sinótica ser digital abriu portas para a Marinha do Brasil, pois o arquivo final possui um formato totalmente amigável para ser inserido em geoportais e no novo sistema de e-navigation, em desenvolvimento no mundo.

O que é possível observar na carta sinótica em formato digital que a difere de um formato tradicional. Com que frequência o CHM publica as cartas sinóticas?

As cartas sinóticas são publicadas duas vezes ao dia. O formato digital mostra exatamente as mesmas feições meteorológicas que apareceriam na carta manual. A diferença principal é o tempo de confecção, que sai de uma razão de horas para segundos, e o seu formato, que já está possibilitando seu uso no geoportal do CHM, no geoportal do Ministério da Defesa.

Os públicos-alvo são navegantes dos meios navais, da Marinha Mercante, de embarcações civis de pesca e recreio e também o meio acadêmico. As cartas sinóticas do CHM aparecem em diversos artigos científicos e são referência no meio meteorológico. A simbologia usada é de fácil entendimento e pode ser acessada no site do CHM.

Qual a sensação de ganhar o prêmio “Soberania pela Ciência”?

Como profissional e amante da meteorologia, este prêmio me fez sentir orgulho do produto gerado e de todas as portas que ele abriu na Marinha e fora dela. Como doutora, e ainda pesquisadora, receber um prêmio chamado “Soberania pela Ciência” me fez sentir honrada em mostrar a força e importância da pesquisa e da mentalidade científica dentro da Marinha, pois estas possibilitam avanços e melhorias operacionais que só tornam nossa instituição mais forte e soberana.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).