Agencia Brasil

A situação de segurança pública no Rio de Janeiro, longe de ser um fenômeno recente, constitui uma crônica de uma crise anunciada. Décadas de negligência e políticas ineficazes criaram um cenário em que a violência se tornou uma constante na vida dos cariocas. A crescente brutalidade, perpetrada tanto por organizações criminosas quanto por agentes do Estado, reflete uma falha sistêmica no tratamento da segurança pública. Esta realidade alarmante merece uma análise detalhada, pois transcende a mera estatística e afeta profundamente o tecido social do Rio.

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A Falha das Políticas de Segurança e a Omissão Estatal

Recentes eventos no Rio evidenciam a continuidade de uma abordagem falha em relação à segurança pública. Esta abordagem é marcada por ações punitivas e ostensivas, que, ao invés de resolverem o problema, muitas vezes exacerbam a violência. A omissão, e em alguns casos, a conivência de autoridades estatais com o estado de coisas atual, apenas agrava a situação. A aparente indiferença do governo atual e a falta de políticas efetivas contribuem para um ciclo vicioso de violência e medo.

Intervenções Federais e Seus Efeitos Limitados

A história recente do Rio de Janeiro está repleta de intervenções federais, que embora bem-intencionadas, não conseguiram produzir mudanças duradouras. A intervenção de 2018, um marco na história da segurança pública do estado, serviu como um exemplo emblemático disso. Apesar dos esforços iniciais e da aplicação do art. 34º da Constituição Federal, essa medida não conseguiu criar uma solução sustentável, resultando em uma retomada dos índices de criminalidade.

“Enxugando Gelo”: A Ineficácia das Atuais Políticas

A atual conjuntura de segurança no Rio de Janeiro é frequentemente descrita como “enxugar gelo”. Esta expressão, infelizmente, capta a ineficácia das políticas atuais, tanto no nível estadual quanto federal. O aumento contínuo da violência e a diminuição do controle estatal, em face do avanço das organizações criminosas, são testemunhos vivos dessa ineficácia. A retórica do poder estatal desafiando o crime organizado tornou-se, na prática, um eco vazio diante da realidade.

]Um Futuro Incerto

O Rio de Janeiro, com sua rica cultura e história, enfrenta um futuro incerto. A continuação da violência e a falta de políticas eficazes de segurança pública representam não apenas um desafio para o estado, mas também para todo o Brasil. A questão que permanece é: até quando essa situação será tolerada?

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).