Em agosto de 1942, os ecos da Segunda Guerra Mundial, que ressoavam de longe, atingiram o litoral sul de Sergipe, quando três navios foram afundados. Este ato violento forçou o Brasil a declarar guerra à Alemanha e à Itália, modificando completamente a vida dos sergipanos que passaram a conviver com racionamento, blecautes e o temor constante de que a guerra voltasse a atingir o menor estado da federação.

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A Segunda Onda: A Tragédia do Navio Bagé

No entanto, quase um ano após a primeira tragédia, em 1º de agosto de 1943, os sergipanos reviveram outro episódio doloroso. O Bagé, o maior navio brasileiro afundado durante a Segunda Guerra Mundial, foi atacado por submarinos do Eixo, tirando a vida de 28 pessoas, incluindo o Capitão-de-Longo-Curso Arthur Monteiro Guimarães. Este navio pertencia ao Lloyd Brasileiro e era a trigésima-segunda embarcação brasileira a ser abatida durante o conflito global.

O Fatídico Ataque ao Bagé

Em sua jornada, o Bagé fazia parte do comboio TJ-2, que partia de Trinidad para o Rio de Janeiro, com destino final em Santos. O navio realizava escalas em Belém, Fortaleza, Recife e Salvador, levando a bordo 107 tripulantes e 27 passageiros, além de cerca de cinco mil toneladas de carga, incluindo fibras, borracha, castanha de caju, couros e algodão. Em sua viagem entre Recife e Salvador, na noite de 31 de julho, o navio foi torpedeado pelo U-185, comandado pelo Capitão-tenente August Maus.

Os Esforços de Sobrevivência e Resgate

A destruição foi devastadora e imediata. Muitos ocupantes do Bagé não tiveram tempo para abandonar o navio, enquanto outros se esforçaram para sobreviver em meio ao caos. No dia seguinte, os sobreviventes começaram a chegar à costa, trazendo consigo histórias de horror e resistência. No total, 28 pessoas perderam suas vidas nesse incidente. Mais uma vez, o Aeroclube de Sergipe, liderado por Walter Baptista, realizou esforços significativos na operação de busca e resgate.

Esses eventos, profundamente entrelaçados na história de Sergipe, deixaram marcas inesquecíveis tanto no âmbito local quanto nacional. Representam um capítulo da história do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, que se desenrolou não apenas nos campos de batalha distantes, mas também em suas próprias águas e solos.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).