No cenário internacional da defesa e segurança marítima, a cooperação entre nações surge como um pilar essencial para o desenvolvimento mútuo e a estabilização de regiões estratégicas. Nesse contexto, o Acordo de Cooperação Naval entre Brasil e Namíbia destaca-se como um exemplo emblemático de colaboração bem-sucedida. Celebrando 30 anos este mês, a parceria não apenas reforçou a capacidade naval da Namíbia, um país jovem em seu caminho pós-independência, mas também fortaleceu a segurança no Atlântico Sul, evidenciando a importância do mar como elo de união entre as nações.

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Um Mar de Avanços: A Consolidação da Marinha Namibiana

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Após a independência em 1990, a Namíbia enfrentou o desafio de construir suas capacidades de defesa, um esforço que ganhou ímpeto significativo com o apoio da Marinha do Brasil. Desde a assinatura do acordo em 1994, o Brasil desempenhou um papel crucial na formação da ala naval das Forças de Defesa Namibianas. A colaboração envolveu desde a formação inicial de oficiais e praças até cursos de especialização e aperfeiçoamento, culminando na criação oficial da Marinha da Namíbia em 2004.

Fragata Niterói: O Pioneirismo Brasileiro em Águas Namibianas

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Chegada da Fragata “Niterói” ao Porto de Walvis Bay, na Namíbia – Imagem: Marinha do Brasil

A chegada da Fragata “Niterói” a Walvis Bay em 1994 simbolizou o início prático da cooperação naval, um gesto de solidariedade e compromisso com o desenvolvimento da Namíbia. Esse movimento pioneiro abriu caminho para uma série de iniciativas conjuntas, incluindo o levantamento hidrográfico da costa namibiana e o fornecimento de embarcações militares, que reforçaram significativamente a capacidade operacional da Marinha namibiana.

Colaboração em Terra e no Mar: Treinamentos e Intercâmbios

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O intercâmbio de conhecimento e experiências entre Brasil e Namíbia manifestou-se de maneira intensa e diversificada. Militares namibianos beneficiaram-se de cursos oferecidos em instituições de formação naval brasileiras, enquanto a presença de assessores brasileiros em Walvis Bay garantiu a transferência contínua de expertise técnica e operacional. Essa colaboração estendeu-se a operações conjuntas e exercícios internacionais, reforçando a interoperabilidade e a coesão entre as duas forças navais.

Um Legado de União pelo Oceano

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Militar da Namíbia durante formatura no CIAA, em 2016 – Imagem: Marinha do Brasil

O Acordo de Cooperação Naval transcendeu a dimensão militar, promovendo laços de amizade e confiança mútua. A influência brasileira na Marinha namibiana é palpável, com muitos de seus oficiais formados por instituições brasileiras e a língua portuguesa tornando-se parte do léxico naval do país. Este legado reafirma o poder unificador do mar, que não apenas conecta territórios distantes, mas também possibilita a construção de uma comunidade internacional mais segura e cooperativa.

Olhando para o Futuro: Desafios e Oportunidades

A relação entre Brasil e Namíbia enfrenta novos horizontes à medida que o país africano explora suas reservas de petróleo offshore, um desenvolvimento que traz consigo desafios de segurança marítima. A experiência brasileira na proteção de plataformas petrolíferas offshore apresenta-se como um ativo valioso para a Namíbia neste novo capítulo, prometendo continuar a rica tradição de cooperação entre as duas nações.

Marcelo Barros, com informações da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).