Foto: Prefeitura de Pirapora

Em Pirapora, o emblemático navio à vapor Benjamim Guimarães, único no mundo movido a lenha, tem enfrentado uma série de desafios burocráticos e políticos que impedem seu pleno restauro. A Marinha do Brasil tem se empenhado com apoio a todas iniciativas para o restauro da embarcação histórica mas atores externos tem atrasado o processo. Mas uma luz surgiu recentemente, a Eletrobras aprovou um fundo de R$ 2,5 milhões para completar a reforma do vapor.

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Disputas Institucionais Paralisantes

O projeto de reforma tem sido marcado por disputas contínuas entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), cujas divergências sobre os procedimentos de restauro e preservação criaram um impasse que paralisa o avanço das obras. Essas disputas refletem a complexidade das regulamentações patrimoniais e a dificuldade de alinhar as visões estaduais e federais sobre a melhor forma de proceder com as restaurações.

Complicações Políticas Locais

Além das batalhas burocráticas, a gestão municipal atual sob o prefeito Alex César (PTB) enfrenta críticas por supostamente manipular o projeto para servir a interesses eleitorais. Suspeitas surgem sobre o timing das liberações de fundos e o início das obras, coincidindo com o período pré-eleitoral, levantando questões sobre a motivação verdadeira por trás da rapidez em se obter os recursos da Eletrobras — uma decisão vista por alguns como uma tentativa de ganhar favor público visando a reeleição.

Auditoria do Tribunal de Contas

Ampliando os desafios, tem-se informações que o Tribunal de Contas do Estado deva realizar uma auditoria in loco nas contas e no progresso da obra do vapor. Esta investigação pretende esclarecer as alocações de fundos e assegurar que as despesas com a restauração do vapor Benjamim Guimarães sejam transparentes e justificadas, dada a importância cultural e histórica do projeto para a comunidade de Pirapora e para o patrimônio do Brasil.

Impacto Cultural e Comunitário

Apesar das controvérsias, o navio à vapor Benjamim Guimarães continua a ser uma figura central na identidade cultural de Pirapora. Restaurá-lo é uma forma de manter vivo o período do seu auge econômico navegando pelo Rio São Francisco. O projeto não apenas visa restaurar uma relíquia histórica mas também revitalizar a área local, potencialmente transformando o vapor restaurado em uma atração turística que pode beneficiar economicamente a região.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).