Acordo Histórico na União Europeia Estabelece Marco Legal para a Inteligência Artificial

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

blank

blank

A União Europeia (UE) alcançou um acordo provisório sobre um conjunto de regras históricas para governar o uso da inteligência artificial (IA). Esse acordo coloca a UE no caminho para se tornar a primeira grande potência mundial a promulgar leis específicas para a IA. O acordo, fruto de extensas negociações entre os países do bloco e membros do Parlamento Europeu, aborda aspectos cruciais como a vigilância biométrica governamental e a regulamentação de sistemas de IA de uso geral (GPAI).

Principais Aspectos do Acordo

  1. Transparência e Conformidade: Os modelos básicos de IA, incluindo sistemas como o ChatGPT, deverão cumprir obrigações de transparência, como a elaboração de documentação técnica, respeito à legislação de direitos autorais da UE, e a divulgação de resumos detalhados sobre o conteúdo de treinamento.
  2. Avaliação e Gestão de Riscos: Modelos de alto impacto com risco sistêmico terão de passar por avaliações de versões, análise e mitigação de riscos sistêmicos, testes adversos, e notificar incidentes graves à Comissão Europeia.
  3. Vigilância Biométrica: O uso governamental de vigilância biométrica em tempo real em espaços públicos será limitado a situações específicas, como a prevenção de ataques terroristas ou a busca de suspeitos de crimes graves.
  4. Proibições e Direitos dos Consumidores: O acordo proíbe práticas como a manipulação cognitivo-comportamental e a eliminação indiscriminada de imagens faciais. Além disso, garante aos consumidores o direito de fazer reclamações e receber explicações.
  5. Multas por Violações: As penalidades por violações das novas regras podem chegar a 35 milhões de euros.

Reações Diversas

A DigitalEurope, grupo empresarial do setor digital, criticou as regras, considerando-as um ônus adicional para as empresas. Por outro lado, o grupo de direitos digitais European Digital Rights expressou preocupações sobre a legalização do reconhecimento facial público em tempo real, apesar dos esforços do Parlamento para limitar o impacto.

Implementação e Aplicação Futura

A legislação está prevista para entrar em vigor no início do próximo ano, após ratificação formal, e será aplicada dois anos depois. Este acordo representa um passo significativo na regulamentação da IA, equilibrando a inovação tecnológica com os direitos humanos e as preocupações éticas.

Fonte: DCiber.org

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).