Tela do CITRA apresentando dados sobre embarcação – Imagem: Marinha do Brasil
Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Laís Dornelas de Araújo Itagyba

A Marinha do Brasil (MB) criou um sistema de realidade aumentada para monitorar os portos brasileiros. O Console de Imagens Táticas de Realidade Aumentada (CITRA) torna o monitoramento virtual, que já acontece nos portos, ainda mais eficaz. De fácil instalação, o CITRA está em funcionamento no Porto do Rio de Janeiro e pretende gerar um maior entendimento sobre atividades militares e não militares no ambiente marítimo.

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

O Porto do Rio de Janeiro movimentou 2,4 milhões de toneladas de cargas no 1° trimestre deste ano, superando em 13,5% o volume movimentado no mesmo período de 2021. A informação é da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Autoridade Portuária responsável pela gestão do porto.

O CITRA combina imagens reais de câmeras com metadados obtidos de um sistema de comando e controle, captados por meio de sensores como AIS (Automatic Identification System) e Radar ARPA (Automatic Radar Plotting Aids). A partir das imagens de realidade aumentada geradas, é possível detectar diversos dados de uma embarcação, como: nome, classificação, rumo, velocidade, bandeira e destino.

O Capitão de Corveta do Quadro Técnico Leandro Aparecido Simal Moreira, que participou do desenvolvimento do CITRA, aponta outras funcionalidades do sistema. “A geração de mensagens de alerta, a integração com cartas náuticas, o acompanhamento automático de alvos de interesse, a gravação e a reconstrução do histórico de navegação, e a integração com outras aplicações civis, como o Porto sem Papel”.

O CITRA está integrado ao Projeto Piloto do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul – SisGAAz e, de acordo com o Capitão de Corveta Moreira, “o console é flexível e pode ser adotado em outros estados e portos brasileiros. Já existem demandas para estudos sobre a viabilidade de instalação em outras regiões do País, o que ampliará o acompanhamento virtual das águas brasileiras”

As capacidades agregadas serão fundamentais para o cumprimento das metas estabelecidas pela Estratégia Nacional de Defesa, no que tange à disponibilidade de meios capazes de exercer vigilância e controle das águas jurisdicionais brasileiras, contribuindo também com a manutenção da segurança das linhas de navegação e comunicação marítimas. “Por oportuno, sabe-se do interesse de outros países na aquisição dessa tecnologia”, complementa Moreira.

Outra funcionalidade do CITRA é o incremento na formação dos alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM). A partir da integração deste sistema com o SimPass (Simuladores de Passadiço), também desenvolvido pela Marinha, é possível realizar uma apresentação do Serviço Marítimo denominado Local Port Service (LPS) aos alunos, que permite maior entendimento do processo de comunicação e controle entre porto-navio.

Todo o desenvolvimento do CITRA foi feito pelo Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), uma instituição Científica, Tecnológica e de Inovação subordinada a MB. O CASNAV desenvolve soluções nas áreas de Tecnologia da Informação, Pesquisa Operacional, Simulação e Criptologia. Além disso, otimiza o emprego da Força em sua missão constitucional e no exercício de Autoridade Marítima.

Segundo o Diretor do CASNAV, Capitão de Mar e Guerra Caio Germano Cardoso, além do ambiente operacional marítimo, o CASNAV gera conhecimento e novos produtos em cooperação com instituições acadêmicas e com a Base Industrial de Defesa. “Todas essas vertentes concorrem para o crescimento e desenvolvimento da economia, para a geração de empregos e para a produção de riquezas, proporcionando maior qualidade de vida para a sociedade e maior independência em tecnologias críticas para o País”.

 

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).