Agência Brasil

O senador Jorge Kajuru (PSD-GO), relator da PEC dos Militares, decidiu retirar do texto a proibição de membros das Forças Armadas da ativa ocuparem cargos no primeiro escalão do governo. Essa mudança foi estratégica para assegurar a aprovação da proposta no Senado, que enfrentava resistência quanto a esse ponto específico.

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O Ponto de Controvérsia e Diálogo com Senadores

Inicialmente, Kajuru estava decidido a proibir que militares da ativa assumissem tais cargos, mas após conversas com outros senadores, percebeu que manter essa restrição poderia resultar na rejeição da PEC. Segundo suas declarações, a decisão visa evitar conflitos desnecessários que poderiam levar a uma derrota no plenário.

Líder do Governo Contra o Veto

Um dos principais opositores ao veto era o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que considerava a medida discriminatória. A flexibilização do texto sugere um esforço de conciliação entre diferentes visões políticas dentro do Senado.

Foco Central da PEC Mantido

Apesar dessa alteração, o eixo central da PEC permanece inalterado: a obrigatoriedade de transferência para a reserva de militares que desejam concorrer em eleições. Esse aspecto da proposta visa garantir a neutralidade política das Forças Armadas e a separação entre a carreira militar e a atividade política.

Contexto e Exemplos Anteriores

A discussão ganhou relevância no contexto do governo Bolsonaro, onde generais como Luiz Eduardo Ramos e Eduardo Pazuello ocuparam ministérios enquanto ainda estavam na ativa. Esses casos realçam a importância de uma legislação clara sobre a participação de militares da ativa no governo.

Equilibrando Princípios e Pragmatismo

A decisão de modificar a PEC dos Militares reflete um equilíbrio entre a manutenção de princípios fundamentais e a necessidade de pragmatismo para a aprovação legislativa. A manutenção da transferência obrigatória para a reserva em caso de candidaturas eleitorais permanece como um passo significativo para assegurar a imparcialidade das Forças Armadas no cenário político brasileiro.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).