Foto: Henrique Freire/ Divulgação

Recentemente, a notícia de que a autoridade naval do Rio de Janeiro estaria de malas prontas para São Paulo colocou o setor energético nuclear em alerta. A preocupação foi expressa principalmente pelo deputado Júlio Lopes (PP), presidente da Frente Parlamentar de Energia Nuclear do Congresso. O parlamentar carioca teme que a decisão possa impactar negativamente o desenvolvimento da indústria no Rio.

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Garantias de Expansão das Atividades Nucleares no Rio

Em meio a essa turbulência, Lopes teve um almoço no Arsenal de Marinha com o Almirante Petrônio Siqueira de Aguiar, diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. Durante a reunião, o almirante garantiu ao deputado que, apesar da mudança da autoridade naval, as atividades nucleares seriam expandidas no estado do Rio de Janeiro.

Reorganização dos Almirantes Quatro Estrelas

No entanto, a decisão de mudar a autoridade naval de um estado para o outro é mais complexa do que parece à primeira vista. Na realidade, trata-se de uma reorganização dos Almirantes quatro estrelas. São Paulo, que tem atualmente apenas dois almirantes com essa patente, vai ganhar mais um no Centro de Aramar. Este centro é responsável pelo processo de enriquecimento de urânio e concentra todo o desenvolvimento do Polo Nuclear da Marinha.

Perspectivas para o Rio de Janeiro

Apesar das mudanças na estrutura da Marinha, o deputado Júlio Lopes se mostrou otimista após o encontro com o almirante. “O Almirante foi enfático em afirmar que essa é mais uma visão do alto comando do que propriamente uma questão da divisão da diretoria de engenharia da força. Mas, em contrapartida, eles já estão fazendo estudos para aumentar a fábrica de submarinos aqui no Rio, localizada no Parque Industrial do Complexo Naval de Itaguaí, onde será realizada uma enorme ampliação que irá superar, e muito, a questão da mudança da diretoria de desenvolvimento tecnológico para São Paulo, pois a base operacional e o estaleiro continuarão no Rio e terão suas atividades expandidas”, afirmou o parlamentar.

Assim, embora haja uma realocação da autoridade naval para São Paulo, o Rio de Janeiro não ficará para trás. De fato, parece que o setor energético nuclear no Rio só tem a ganhar com os planos de expansão e desenvolvimento.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).