Recentemente, a notícia de que a autoridade naval do Rio de Janeiro estaria de malas prontas para São Paulo colocou o setor energético nuclear em alerta. A preocupação foi expressa principalmente pelo deputado Júlio Lopes (PP), presidente da Frente Parlamentar de Energia Nuclear do Congresso. O parlamentar carioca teme que a decisão possa impactar negativamente o desenvolvimento da indústria no Rio.
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Garantias de Expansão das Atividades Nucleares no Rio
Em meio a essa turbulência, Lopes teve um almoço no Arsenal de Marinha com o Almirante Petrônio Siqueira de Aguiar, diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. Durante a reunião, o almirante garantiu ao deputado que, apesar da mudança da autoridade naval, as atividades nucleares seriam expandidas no estado do Rio de Janeiro.
Reorganização dos Almirantes Quatro Estrelas
No entanto, a decisão de mudar a autoridade naval de um estado para o outro é mais complexa do que parece à primeira vista. Na realidade, trata-se de uma reorganização dos Almirantes quatro estrelas. São Paulo, que tem atualmente apenas dois almirantes com essa patente, vai ganhar mais um no Centro de Aramar. Este centro é responsável pelo processo de enriquecimento de urânio e concentra todo o desenvolvimento do Polo Nuclear da Marinha.
Perspectivas para o Rio de Janeiro
Apesar das mudanças na estrutura da Marinha, o deputado Júlio Lopes se mostrou otimista após o encontro com o almirante. “O Almirante foi enfático em afirmar que essa é mais uma visão do alto comando do que propriamente uma questão da divisão da diretoria de engenharia da força. Mas, em contrapartida, eles já estão fazendo estudos para aumentar a fábrica de submarinos aqui no Rio, localizada no Parque Industrial do Complexo Naval de Itaguaí, onde será realizada uma enorme ampliação que irá superar, e muito, a questão da mudança da diretoria de desenvolvimento tecnológico para São Paulo, pois a base operacional e o estaleiro continuarão no Rio e terão suas atividades expandidas”, afirmou o parlamentar.
Assim, embora haja uma realocação da autoridade naval para São Paulo, o Rio de Janeiro não ficará para trás. De fato, parece que o setor energético nuclear no Rio só tem a ganhar com os planos de expansão e desenvolvimento.