Governo do Estado do Rio de Janeiro revela esponja de grafeno para limpar superfícies de mares, lagoas e rios (Imagem: Divulgação)

A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro apresentou nesta sexta-feira (14), na Rio Innovation Week (RIW), um projeto que promete revolucionar os processos de despoluição em ambientes aquáticos. As esponjas hidrofóbicas feitas com grafeno são reutilizáveis e retiram materiais oleosos de superfícies aquáticas com maior rapidez que as tecnologias atuais. O grafeno é forma do carbono que tem propriedades como resistência mecânica e, ao mesmo tempo, leveza, e se apresenta de forma abundante no Brasil.

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“É muito animador ter uma tecnologia dessas chegando ao Rio de Janeiro. A cidade que representa o Brasil tem uma questão a resolver: a despoluição da Baía de Guanabara é um dos nossos principais objetivos, assim que esta tecnologia esteja disponível em grande escala. A ideia é colocarmos esponjas na baía e reutilizar o material e, inclusive, o óleo coletado.

O diretor da Zextec, Hugo Souza, empresa sediada no Rio Grande do Sul e desenvolvedora da tecnologia, aponta que o material pode gerar uma revolução na forma como se despoluem superfícies afetadas por desastres ambientais e pela ação do homem sobre o meio ambiente.

“Nós temos a maior planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina em Caxias do Sul e a maior iniciativa de geração de produtos com grafeno no mundo. Um deles, a espuma super hidrofóbica, capaz de tirar todos os óleos da água. É um produto completamente diferenciado daquilo que existe hoje no mercado, inclusive lá fora. Ele é muito melhor e reutilizável, além de ter baixo custo.  Pode ser reciclado no final, e, inclusive, podemos reutilizar o óleo e a própria espuma, enquanto, com outros produtos, se perde tudo. Estamos mostrando ao Brasil, primeiro, que o grafeno é uma realidade, não um sonho, que nós somos uma iniciativa de fazer o que o Brasil precisa, que é transformar tecnologia em nota fiscal, gerando renda pra população. Agora, estamos em contato com o secretário Doutor Serginho para, quem sabe, trazer uma planta de grafeno para o Rio de Janeiro.”, afirmou Hugo.

Diego Piazza, coordenador da UCSGraphene, responsável pelo desenvolvimento da esponja hidrofóbica, considera que, uma das vantagens do material é ser reutilizável e ter manutenção facilitada.

“Essa é uma esponja modificada em que o grafeno é colocado com a função de tornar ela super repelente onde está o material. Por exemplo, o diesel é puxado pela esponja, mas a água não é absorvida. Então, ela funciona como um filtro que separa tudo que é água dos demais elementos que estão presentes na solução, como por exemplo o óleo que está na Baía da Guanabara. A nossa tecnologia é simples, eficiente, e principalmente consegue ser reaproveitada inúmeras vezes e ela tem uma capacidade de absorver, de puxar esse óleo em 70 vezes o próprio peso da esponja, então essa é umas das principais características de diferença nas demais tecnologias e a outra é o custo dessa tecnologia., que é mais barato que as tecnologias usuais, atualmente, além do fato de ela ir ao encontro do óleo, sendo um recurso ativo”, disse o cientista.