Imagem: Defesa em Foco

Em um mundo onde as fronteiras marítimas são tão significativas quanto as terrestres, cerca de 40% delas permanecem em disputa, afetando direta e indiretamente o comércio global, a segurança internacional e o acesso a recursos naturais. Um levantamento recente indica que, das 460 fronteiras marítimas possíveis, apenas 280 foram acordadas, deixando 180 disputas pendentes.

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Disputas em Áreas Estratégicas

Áreas como o Mar do Sul da China, Mar da China Oriental e o Mediterrâneo são palco de algumas das mais intensas disputas marítimas. Estes conflitos, frequentemente alimentados pela presença de recursos naturais valiosos e rotas de comércio essenciais, têm levado ao acirramento de tensões entre países. Por exemplo, o Mar do Sul da China é reivindicado em grande parte pela China, mas também por Brunei, Malásia, Filipinas, Vietnã e Taiwan.

Importância Econômica e Militar dos Mares

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Imagem: Defesa em Foco

Os mares são cruciais para a economia global, com cerca de 90% do comércio internacional realizado por via marítima e 99% das transmissões de dados de comunicações dependentes de cabos submarinos. Os setores ligados ao oceano contribuem com cerca de US$ 1,5 trilhão por ano para a economia global, sustentando milhões de empregos. Além disso, os mares são vitais para a subsistência de mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Desafios da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, em vigor desde 1994, estabelece diretrizes para a soberania dos países nos mares, incluindo o direito a 200 milhas náuticas de Zona Econômica Exclusiva. No entanto, a convenção enfrenta desafios em resolver disputas de limites marítimos e reivindicações sobrepostas entre Estados.

Tendências e Conflitos Futuros

A medida que o aquecimento global derrete o gelo do Ártico, novas rotas de navegação e recursos naturais estão se tornando acessíveis, elevando a região ao status de nova fronteira nas disputas marítimas globais. Potências como Estados Unidos e Rússia, além da China, estão interessadas em explorar estas novas oportunidades.

O Brasil e a Elevação do Rio Grande

Amazonia Azul

O Brasil, embora não esteja diretamente envolvido em disputas marítimas, pleiteia junto à ONU a extensão de sua plataforma continental na região da Elevação do Rio Grande, rica em recursos minerais. O país argumenta que há uma continuidade geográfica da área com seu território, o que permitiria a exploração do assoalho marítimo.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).