Neste 18 de setembro, comemora-se o Dia da Família Militar. A data é uma homenagem do Exército Brasileiro ao natalício de Dona Rosa Maria Paulina da Fonseca, entronizada Patrono da Família Militar, por meio da Portaria do Comandante do Exército nº 650, de 10 de junho de 2016.

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

Seus feitos e sua história de vida são exemplos de valores cultuados pela Força, como a dedicação, fidelidade à Pátria, probidade, civismo, espírito de sacrifício, coragem, dever, integridade e lealdade.

Nascida em 1802, na cidade de Alagoas, atual município de Marechal Deodoro, que foi a primeira capital do estado de Alagoas, Rosa Maria Paulina da Fonseca foi casada com o Major do Exército Imperial Manoel Mendes da Fonseca. Mulher de personalidade ímpar, principalmente considerando o panorama social do século XIX, ela sempre esteve ao lado de seu marido, apoiando-o em suas decisões e dificuldades, valorizando sempre a importância da família em todos os momentos até seu falecimento em 1873.

Sua história entrelaçou-se naturalmente com a do Exército. Da união com o Major Manoel Mendes da Fonseca nasceram dez filhos, sendo duas mulheres e oito homens, cujos cargos foram de carreira militar, política e da Administração Pública, dos quais cabe citar: Hermes Ernesto, Severiano Martins, Manuel Deodoro, Pedro Paulino, Hipólito Mendes, Eduardo Emiliano, João Severiano e Afonso Aurélio.

À época da Guerra da Tríplice Aliança, em 1866, os filhos de Rosa Maria da Fonseca já estavam em condições de servir.  Tendo o pai, valoroso militar e grande monarquista, e a mãe como exemplos, sete dos descendentes de Dona Rosa Maria Paulina da Fonseca não hesitaram em atender ao chamamento da Pátria e seguiram com as tropas brasileiras para combater no Paraguai. Ali, dois dos filhos vieram a sucumbir. O filho mais jovem, Alferes Afonso Aurélio, morreu escalando as muralhas da fortificação paraguaia de Curuzu. O Capitão de Infantaria Hipólito morreu heroicamente na furiosa e violenta Batalha de Curupaiti.

Ainda na Guerra da Tríplice Aliança, na Batalha do Itororó, a primeira das batalhas da Dezembrada, ataques inimigos atingiram outros de seus filhos: o Major de Infantaria Eduardo Emiliano acabou falecendo, já Hermes e Deodoro foram gravemente feridos, sendo que, esse último, recebera três tiros de fuzil.

E quando pessoas amigas chegaram para dar-lhe os pêsames, D. Rosa teria afirmado:

“- Sei o que houve. Talvez até Deodoro esteja morto, mas hoje é dia de gala pela vitória; amanhã, chorarei a morte deles!”, ao saber destas trágicas notícias, no momento do anúncio da vitória do Brasil em Itororó.

A postura de Dona Rosa da Fonseca era sempre de resignação, como fosse seu dever fazê-lo em nome da Nação. Registros históricos relatam que, mesmo diante da dor e da morte pelos acontecimentos, ela nunca recuou ao defender a Pátria ante o país vizinho e dizia aos amigos:

“- Prefiro não ver mais meus filhos! Que fiquem antes todos sepultados no Paraguai, com morte gloriosa, do que enlameados por uma paz vergonhosa para a nossa Pátria!”.

Seus valores, com evidência de amor ao Brasil, foram repassados à família. Dos filhos vivos, o primeiro a destacar-se foi o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, Proclamador da República. O segundo, o General de Brigada João Severiano da Fonseca, foi escolhido, em 1962, para ser o Patrono do Serviço de Saúde do Exército Brasileiro.

Outro importante ícone da família, seu neto, o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, foi o 8º Presidente da República, exercendo seu mandato entre 1910 e 1914. Em virtude de tudo isso, Dona Rosa Maria Paulina da Fonseca foi escolhida para representar a Família Militar do Exército Brasileiro.

O espírito de sacrifício incentivado aos filhos pela Patrono da Família Militar, necessário aos integrantes da Força Terrestre em sua luta diária pelo cumprimento da missão, é motivado a todo tempo na caserna.

Nesta data, de Norte a Sul do País, o Exército destaca a importância das esposas e mães que, à semelhança de Dona Rosa da Fonseca, representam papel fundamental nas vidas de nossos soldados. Aquelas que, muitas vezes, com sua abnegação, abrem mão de suas realizações profissionais e projetos pessoais em prol daquilo que consideram um bem maior: a família.

YouTube video

Brasília-DF, 18 de setembro de 2023.

Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército
Marcelo Barros, com informações do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).