Foto: Karolina Grabowska - Pexels

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, se reuniram hoje, 14 de novembro de 2022, em Bali, na Indonésia em um encontro que antecede a reunião do G-20, que reúne as dezenove maiores economias do mundo.

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O encontro, o primeiro a ocorrer pessoalmente desde que Biden assumiu a presidência em 2020,  acontece em um momento oportuno para os novos aliados do presidente Xi, que assumiram após o Congresso do Partido Comunista Chines e também poderão participar.

Em nota, a Casa Branca afirma que os Estados Unidos irá continuar a “competir vigorosamente” contra a China no contexto econômico. Porém, ao mesmo, tempo buscará reduzir conflitos geopolíticos e alianças em questões supranacionais, como as políticas para o meio-ambiente.

Já o Ministério das Relações Exteriores chinês, divulgou uma nota afirmando que o presidente Xi colocou as relações sino-americanas de volta no caminho certo de uma prosperidade estável e saudável para todos.

O encontro busca consolidar mudanças de políticas para ambos os lados. O governo chinês segue com sua principal demanda de que os Estados Unidos não interfiram em assuntos relacionados a Taiwan, enquanto estimula uma mudança na estrutura produtiva dentro do país – diminuindo a importância do setor imobiliário e migrando o motor do PIB de investimentos para consumo.

Ao mesmo tempo, o governo americano, lidando com um ciclo de alta de juros para combater a inflação mais alta desde a década de 80, busca evitar uma nova guerra-fria de jure, sabendo que a ruptura total de relações seriam prejudiciais a ambos. Os americanos se preocupam, ainda, com possibilidade do conflito na Ucrânia vir a se transformar em uma “proxy war”, e buscam comprometimento do lado chinês de que não apoio material e financeiro aos russos.

São aspectos relevantes a considerar, afirma o analista político Carlos Dias: a política monetária contracionista praticada pelos EUA, a ampliação da crise em função da guerra na Ucrânia, o baixo crescimento da China, pela política do Covid Zero e a realocação de recursos e de plataformas de produção industrial em ambientes mais controláveis.

O canal de negócios Bloomberg destacou a postura dos dois presidentes durante o encontro de três horas como uma tentativa de aliviar tensões de longa duração. Uma “guerra fria com fair-play”, entretanto, parece um resultado pouco provável para a  demandas exigentes de ambos os lados. Resta apenas descobrirmos qual lado cederá primeiro à pressão externa e qual lado conseguirá resistir aos próprios problemas internos.

Colaboração, Daniel Viana.
Foto: Karolina Grabowska – Pexels