Pintura de 1938 ilustra o combate de 04 de maio

O dia 2 de julho tem um lugar especial na memória dos brasileiros, principalmente dos baianos, pois marca o momento em que os portugueses resistentes à emancipação nacional deixaram a Bahia, na primeira das Guerras de Independência do Brasil. No entanto, um confronto anterior, a Batalha Naval de 4 de Maio, foi essencial para a vitória brasileira, e hoje comemoramos os 200 anos desse evento histórico.

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Principais personagens e contexto histórico

A Batalha Naval de 4 de Maio contou com a atuação de personagens históricos da Marinha do Brasil (MB), como o Almirante Thomas Cochrane, comandante em chefe da Esquadra brasileira, e o jovem Joaquim Marques Lisboa, futuro patrono da Força. A batalha aconteceu em um contexto de luta pela consolidação da emancipação política do Brasil, proclamada em 7 de setembro de 1822, e foi fundamental para a manutenção da integridade territorial do país.

A Esquadra Brasileira, sob o comando do Primeiro-Almirante Thomas Cochrane, britânico com experiência em guerras no mar pela Marinha inglesa, enfrentou a Esquadra portuguesa, comandada pelo Chefe de Divisão João Félix Pereira dos Campos, em um combate decisivo. A formação dessa Esquadra foi crucial para defender a população brasileira e as riquezas nacionais, uma vez que o mar era a principal via de comunicação entre os núcleos urbanos espalhados pela costa do país.

A Batalha Naval

A desvantagem numérica não impediu que os navios brasileiros enfrentassem os lusitanos em 4 de maio de 1823. Após horas de engajamentos e disparos entre as duas forças, os canhões se calaram ao anoitecer, e a resistência brasileira foi fundamental para manter o bloqueio aos portugueses na Bahia. Com a vitória no dia 2 de julho, os portugueses deixaram a cidade sob escolta da Esquadra de Cochrane até Portugal.

A Batalha de 4 de maio de 1823 demonstra o sentimento de pertencimento à Nação que surgia nas Américas, construído no fragor do combate. A Marinha do Brasil e a sociedade baiana reverenciam esse fato histórico, que foi de fundamental importância para a consolidação da Independência do Brasil e que marca também o batismo de fogo do jovem “Tamandaré” nas lutas pela Independência.

Cerimônias e homenagens

foto capa batalha

A cerimônia em homenagem aos 200 anos da Batalha Naval de 4 de Maio foi realizada no Forte de São Lourenço, localizado na ilha de Itaparica (BA). O Comandante do 2º Distrito Naval, Vice-Almirante Antonio Carlos Cambra, destacou que a libertação da Bahia não aconteceu em um dia, mas sim como resultado de um processo iniciado em 1822, com conquistas progressivas e expressivas de dedicados brasileiros à causa da independência.

Além de patrimônio histórico e cultural, o Forte São Lourenço abriga a única Estação de Medições Magnéticas de navios e submarinos em toda a América Latina, possuindo em sua estrutura um conjunto de raias de sensores que permitem a análise dos efeitos do magnetismo nos navios, dificultando sua detecção por minas de influência magnética. Essa ação constitui uma Contramedida passiva da Guerra de Minas, um dos segmentos de importância fundamental na Estratégia de Defesa Nacional.

Legado da Batalha Naval

O legado da Batalha Naval de 4 de Maio se mantém vivo na memória do povo brasileiro e, em especial, na Marinha do Brasil, que celebra a data com orgulho e reverência. A batalha reforça a importância do papel da Marinha na defesa do território nacional e na consolidação da independência, além de servir como inspiração para as futuras gerações de marinheiros e cidadãos brasileiros.

Nascido em 13 de dezembro de 1807, em Rio Grande, Rio Grande do Sul, Joaquim Marques Lisboa iniciou sua trajetória na Marinha do Brasil aos 15 anos de idade, ao apresentar-se como voluntário em 1823, durante as lutas pela Independência. Ainda muito jovem, a bordo da Fragata “Niterói”, sob o comando do Capitão de Fragata John Taylor, o futuro Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha do Brasil, participou dos combates na costa da Bahia e do bloqueio a Salvador, contra as forças de mar portuguesas. Seu exemplo de bravura e dedicação continua a inspirar aqueles que servem à Marinha e ao Brasil.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).