Após mais de duas semanas de exercícios avançados no mar, chega ao fim ontem (01) a primeira operação do ano envolvendo os meios da Esquadra da Marinha do Brasil (MB), a Aspirantex 2023. A missão, realizada na área compreendida entre os estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina, foi marcada pela participação dos 291 aspirantes da Escola Naval embarcados nos cinco meios navais envolvidos, além de mais de dois mil militares.

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A Aspirantex tem uma relevância especial por permitir aos aspirantes da Escola Naval do primeiro ao terceiro ano familiarizarem-se com a vida no mar, além de ser um momento decisivo para os do segundo ano que, ao final da comissão, fazem suas escolhas profissionais entre o Corpo da Armada, de Fuzileiros Navais e de Intendentes da MB. Já para a Esquadra, marca o início do ciclo anual de adestramento de seus navios e aeronaves, operando em Grupo-Tarefa.

Exercícios intensos para o aprestamento dos meios e da tripulação
Ao longo do período entre 16 de janeiro a 1º de fevereiro, foram realizados trinta tipos de exercícios diferentes, tais como qualificação e requalificação de pouso a bordo (QRPB), ações de guerra cibernética, trânsito sob ameaça aérea, demonstração anfíbia, trânsito com oposição de superfície, transferência de carga leve, adestramento com pirotécnicos, armar e desarmar aeronave, tiro sobre “killer tomato” com metralhadora de 40mm – o “killer tomato” é um alvo inflável de cor laranja, que é lançado no mar para exercícios de tiro -, entre outros.

Um dos diferenciais desse ano foi o lançamento de carga por aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Na ocasião, a aeronave “C-130 Hércules”, da FAB, lançou uma carga no mar, enquanto uma aeronave da MB, o UH-12 “Esquilo” decolou da Fragata “Defensora” fazendo um “vertrep”, termo em inglês para definir a transferência de carga por meio de gancho do helicóptero. Esse exercício permitiu incrementar a interoperabilidade entre as Forças, ampliando as possibilidades de atuação em uma possível necessidade de recebimento de suprimento por meio aéreo em qualquer momento, por exemplo.

Outro treinamento realizado visou a uma possível necessidade de socorro às vítimas em caso de “resgate de náufragos em grande escala”, que serve para treinar o procedimento padrão para uma necessidade de resgate a uma quantidade de pessoas acima do comumente praticado.

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Durante a Aspirantex, houve também o lançamento de quatro mísseis antiaéreos “Aspide” com o sistema Albatros. De acordo com o Comandante da Fragata “Independência”, Capitão de Fragata Ademar Augusto Simões Junior, esse tipo de adestramento reforça o aprestamento dos meios e do pessoal envolvido. “O lançamento de mísseis exige uma preparação tanto logística quanto uma grande preparação do pessoal, e tivemos isso. A prova foi o sucesso que foi alcançado, cumprindo a tarefa e lançando quatro mísseis que abateram os alvos aéreos”, comenta.

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Durante a missão, os navios também reforçaram a segurança da Zona Econômica Exclusiva na região da Bacia de Santos (SP), produtora de petróleo e gás natural do Brasil. A ação de presença naquela parte da Amazônia Azul reafirma a preocupação da MB em proteger as riquezas, garantir a soberania e a defesa dos interesses econômicos do Brasil.

Visita ao estaleiro onde estão sendo construídas as Fragatas “Classe Tamandaré”
No dia 20 de janeiro, autoridades e aspirantes da Escola Naval visitaram o Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí (SC). No local, eles puderam ver de perto como está o processo de construção de quatro navios de guerra, que farão parte da Esquadra da Marinha do Brasil – Fragatas “Classe Tamandaré”.

A MB conduz o Programa Fragatas “Classe Tamandaré” desde 2017, com o objetivo de promover a renovação da Esquadra com navios modernos, de alta complexidade tecnológica, construídos no País. Esses navios, com previsão de entrega entre 2025 e 2029, terão alto poder de combate e serão capazes de proteger a extensa área marítima brasileira, realizar operações de busca e salvamento e atender compromissos internacionais, por exemplo.

Diálogo sobre a carreira
Durante toda a comissão, sempre perto do final do dia, os aspirantes assistiram a apresentações interativas com oficiais mais antigos, quando eles podiam tirar suas dúvidas e conhecer melhor a carreira e as histórias pessoais de quem já passou muitos desafios e conquistas que eles ainda irão viver.

Assista às entrevistas

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Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).