Os oceanos cobrem aproximadamente 71% da superfície terrestre, o que equivale a 361 milhões de quilômetros quadrados, com um volume de cerca de 1,3 bilhões de quilômetros cúbicos, onde encontra-se 97% da água disponível do nosso planeta. Neste contexto, o bioma marinho apresenta uma considerável gama de ecossitemas presentes na Zona Costeira e Oceânica que inclui ilhas, arquipélagos e a plataforma continental.

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Quando observamos política e geograficamente o Brasil, podemos afirmar que o País é uma nação de vocação marítima e está entre as dez maiores Zonas Econômicas Exclusivas do mundo, com uma área equivalente à Amazônia Verde, posicionando-o entre os maiores produtores mundiais de petróleo e gás offshore, além de possuir um dos maiores hubs de cabos submarinos do mundo.

As atividades econômicas, os riscos associados ao aumento do comércio marítimo, a degradação ambiental, a poluição das águas, o interesse crescente por recursos energéticos e minerais existentes reforçam a importância de proteção da “Amazônia Azul”. Desta forma, a sociedade depende de políticas públicas para garantir o cuidado com o meio ambiente, a sustentabilidade e a exploração racional.

De acordo com o professor de economia da Escola de Guerra Naval e Coordenador do Grupo Economia do Mar, Thauan Santos, é imprescindível ter clareza do papel chave que a ciência tem sobre o desenvolvimento da economia azul, bem como sobre o conhecimento acerca do oceano, de modo geral. Em 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou oficialmente a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), mais conhecida como “Década do Oceano”, destacando que a ciência é essencial para o aumento do conhecimento sobre o oceano.

“Isso é chave não apenas para a promoção de um oceano que seja produtivo e sustentável, mas também limpo, saudável, seguro, acessível, previsível e inspirador. Assim, é de fundamental importância a realização de pesquisas e estudos que, por exemplo, facilitem a viabilidade técnica e econômica de determinadas atividades marítimas e que utilizem recursos marinhos, promovendo setores chaves da economia do mar”, afirma o professor Thauan.

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Patrulhamento de navio da Marinha nas proximidades do Arquipélago de São Pedro e São Paulo – Imagem: Arquivo da Marinha do Brasil

Vertente ambiental da Amazônia Azul
A Marinha como Autoridade Marítima Brasileira (AMB) estabelece em normas próprias, as NORMAM, orientações aos usuários do mar quanto a diversos aspectos. Na vertente ambiental destacam-se as normas sobre poluição hídrica causada por embarcações, plataformas e suas instalações de apoio. Estas normas têm como propósito estabelecer procedimentos em caso de lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em nossas águas; estabelecer procedimentos para o gerenciamento de águas de lastro de embarcações; e estabelecer procedimentos referentes ao controle do uso de sistemas antiincrustantes danosos ao meio ambiente marinho.

A segurança da navegação e as normas ambientais são objeto de uma série de convenções, códigos e resoluções adotadas pela Organização Marítima Internacional (OMI). Como exemplo, a conferência de 1972 que teve como resultado a Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, com várias diretrizes para a governança ambiental global e a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). São 50 anos de consolidadas condutas sustentáveis na rotina diária das pessoas e organizações.

Sob a liderança do PNUMA, grandes corporações, organizações não governamentais, comunidades e governos de todo o mundo defendem diversas causas ambientais. “Nós, militares da Marinha do Brasil, devemos ser sempre o exemplo de zelo e cuidado com o meio ambiente, em especial o aquático, para que possamos inspirar e multiplicar ações mais sustentáveis em diversos níveis e setores da nossa sociedade”, destacou o Diretor de Portos e Costas, Vice-Almirante Sergio Renato Berna Salguerinho.

A sociedade, além de se ater às questões normativas e legais,  necessita entender o papel da cultura oceânica e a importância do engajamento nessas questões. “Se a população, por exemplo, não sabe que o lixo urbano, mesmo de uma cidade não litorânea, poderá ter impactos significativos sobre afluentes de rios ou sobre o ambiente costeiro, leis e regras punitivas eventualmente terão seu escopo de atuação bastante limitado. A proteção do ambiente marinho e dos recursos hídricos, de modo mais amplo, possui relação direta com águas interiores, águas subterrâneas, águas nacionais e mesmo potenciais impactos nas dinâmicas do alto-mar, que exigem um esforço coletivo de políticas públicas que vão desde o ensino nas escolas até as punições legais no sentido de engajar a sociedade em prol de uma relação mais harmônica entre terra e mar”, considerou o professor Thauan.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).