Como parte da UNITAS 2022, foi realizada, hoje (16), uma Operação Anfíbia multinacional em Itaoca (ES). A Operação contou com uma simulação de resgate de cidadãos ameaçados do litoral de um país em conflito, por meio de uma incursão anfíbia, realizada por navios e aeronaves da Esquadra e da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE). Na edição anterior, realizada no Brasil em 2019, o desembarque de tropas foi feito na Ilha da Marambaia (RJ).

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A Operação Anfíbia é uma operação naval por meio da qual uma Força de Desembarque é lançada do mar, a partir de navios militares, sobre uma região litorânea para cumprir diversos tipos de missões. Uma operação desse tipo também pode ser empregada em tempos de paz para, por exemplo, apoiar uma população que esteja ilhada por ter sido atingida por uma catástrofe da natureza.

Hoje, foram desembarcados mais de mil militares da Marinha do Brasil (MB) e de mais onze países. Previamente, equipes de operações especiais foram deixadas em pontos estratégicos. Da praia, puderam ser vistos veículos de assalto anfíbio e embarcações de aterragem, que se lançaram em terra para desembarcar Fuzileiros Navais brasileiros, dos Estados Unidos, Colômbia, Equador, França, Jamaica, México, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

Dividida em fases, a UNITAS é o exercício marítimo multinacional mais antigo em atividade. Na UNITAS 2022, há representantes de 19 marinhas, um número maior que outras edições e que contou ainda com marinhas dos continentes europeu, africano e asiático. É organizada anualmente pelos norte-americanos e, nesta edição, tem o Brasil como coordenador e país-sede. Na fase de mar, as Operações anfíbias têm como objetivo a coordenação dos esforços da Força Naval com as tropas de Fuzileiros Navais, buscando-se reforçar a capacidade de cumprir, por exemplo, operações reais de ajuda humanitária e de remediação de desastres.

Como reforça o Contra-Almirante Marcelo Menezes Cardoso, Comandante da 1ª Divisão da Esquadra e do Grupo-Tarefa, “na UNITAS, esse objetivo tem uma dimensão ainda maior, quando consideramos a oportunidade de consolidar essa coordenação com outras marinhas.”

Nesta Operação, todo o comando das tropas foi centralizado pelos Fuzileiros Navais brasileiros, mais precisamente pelo Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Luís Felippe Valentini da Silva, Comandante da Tropa de Desembarque. Ele deteve, inclusive, o controle operativo sobre as tropas dos Fuzileiros Navais dos EUA. Essa novidade contrapõe-se à organização de anos anteriores, em que as estruturas de comando e controle foram paralelas.

Para o Capitão de Mar e Guerra Valentini, exercícios como a UNITAS são uma excelente oportunidade de aumentar a interoperabilidade – capacidade de trabalhar em conjunto – entre as forças. “Desde a fase de porto, tivemos a chance de trabalhar e desenvolver juntos as ações que foram utilizadas agora. Nesse período, estreitamos nosso relacionamento, entendemos e reforçamos os procedimentos de outros países, para que assim pudéssemos utilizar capacidades complementares para constituir uma força de desembarque”, destaca.

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Exercício foi marcado pela integração dos militares de diversos países – Imagem: 2T (RM2-T) Thaís Cerqueira

No mar, na terra e no ar
Do mar, todos os Fuzileiros Navais e seus equipamentos desembarcaram de cinco navios da Marinha do Brasil: o Capitânia da Esquadra brasileira, o Navio Aeródromo Multipropósito “Atlântico”; o Navio Desembarque Multipropósito “Bahia” e o Navio Desembarque de Carros de Combate “Almirante Saboia”, da MB; o Navio Transporte Anfíbio “Mesa Verde”, da Marinha dos EUA; e o Navio Multipropósito “Libertador”, da Marinha do México.

De terra, foi possível observar o desdobramento de uma Força de Desembarque com os seus sistemas de combate, de apoio de fogo, logísticos e de comunicações. Foram empregados os Carros Lagarta Anfíbio (CLAnf) e os veículos blindados sobre rodas “PIRANHA”, além das novas viaturas UNIMOG, recém-adquiridas pela MB.

Também estavam posicionadas na área do exercício, uma bateria de lançadores múltiplos de foguetes ASTROS, de fabricação nacional, e uma Unidade Avançada de Trauma (UAT), dotada de recursos de telemedicina, que é capaz de prover atendimento médico aos militares em combate. Do ar, foram empregadas aeronaves da MB, como a de interceptação e ataque AF-1 “Skyhawk” e o helicóptero de emprego geral UH-15 “Super Cougar”, além de aeronaves estadunidenses (helicópteros UH-1Y Venom e o AH-1Z Viper) e do México (helicóptero Mi-17).

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Militares durante exercício da UNITAS – Imagem: 3ºSG-FN Dionor
Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).