O presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, e uma comitiva do Governo Federal visitaram nesta sexta-feira (9), em Caxias do Sul (RS), a planta produtiva de grafeno da UCSGRAPHENE. Com capacidade de gerar 500 kg de alta qualidade do material por ano e potencial de chegar a até 5 toneladas, esse é o maior parque de produção em escala industrial da matéria-prima na América Latina, em operação desde março de 2020.

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A comitiva do governo federal percorreu as instalações da UCSGRAPHENE, que faz parte do parque de inovação da Universidade de Caxias do Sul (UCS), conheceu as principais tecnologias e também fez a abertura da primeira Feira Brasileira do Grafeno, que reuniu dezenas de empresas que fornecem produtos com uso do grafeno, como equipamentos de segurança, peças automotivas, combustíveis e veículos elétricos.

Na solenidade, o presidente da República lembrou das primeiras oportunidades em que teve contato com o grafeno, em reservas de grafite na cidade de Miracatu (SP).

“Nos anos que antecederam as eleições, comecei a falar do nióbio e grafeno. Agora nós tomamos conhecimento do que eles representam para o futuro da nossa pátria. O Brasil possui 1/3 das reservas de grafite em vários estados e quase 97% do nióbio, que vão revolucionar o destino da humanidade. O grafeno se apresenta como algo fantástico para todos nós. Eu tenho que cumprimentar a todos na Universidade de Caxias do Sul pela coragem de se dedicar a essa causa”, afirmou.

O ministro Marcos Pontes parabenizou a universidade e empresários que apostaram no conhecimento para gerar novos empregos e tecnologias.

“A gente tem aqui uma universidade que produz conhecimento e transforma esse conhecimento em produtos e empregos. Isso é o que a gente precisa no Brasil. Nós temos no ministério uma estratégia de materiais avançados, não só para o grafeno, mas nióbio, terras-raras e outros materiais. O Brasil está pronto para decolagem e a gente vai voar e muito alto nessas áreas por aqui”, destacou.

O evento ainda marcou a assinatura de decreto pelo presidente da República que institui a Política de Ciência, Tecnologia e Inovação em Materiais Avançados, com objetivo de orientar ações para fomentar o desenvolvimento de materiais aplicados para serem aplicados em cadeias de valor visando o aumento da competitividade da economia nacional.

Foram assinados ainda uma portaria do MCTI que institui o programa Inova Grafeno e parcerias da Universidade de Caxias do Sul para compor a Rede EMBRAPII-MCTI de Inovação em Grafeno e desenvolver nanocompósitos poliméricos com grafeno para aplicação em tratamentos cutâneos e medicina regenerativa com apoio da FINEP, empresa pública do ministério, no valor de R$ 1,8 milhão.

UCSGRAPHENE

Vinculada à Universidade de Caxias do Sul (UCS), a instituição opera desde março de 2020 e atua nos campos de pesquisa e desenvolvimento e inovação, a fim de utilizar o grafeno para atender a demandas da indústria nacional. A UCSGRAPHENE também atua como uma unidade EMBRAPII, organização social do MCTI, credenciada para atuar na cadeia automotiva, com vocação para desenvolver produtos e processos que aumentem a competitividade do setor produtivo.

Potencial

Durante a transmissão da visita das autoridades na TV Brasil, o coordenador-geral de Tecnologias Habilitadoras do MCTI, Felipe Belucci, explicou as propriedades do grafeno e porque o material tem tanto potencial de uso para o setor econômico.

“O grafeno é uma variação do grafite, um composto de carbonos, assim como o diamante. A diferença é que ele consiste em uma camada atômica de carbono, orientada em hexágonos. A beleza do grafeno é um conjunto de propriedades muito interessantes, como alta condutividade elétrica, térmica, alta resistência mecânica, maleabilidade, transparência. O que a gente deseja fazer é passar as propriedades do grafeno para o produto final”.

Belucci também explicou que, assim como acontece com outros nanomateriais, é necessária uma quantidade pequena do grafeno para transferir essas propriedades. “O grande charme de usar o grafeno é que uma quantidade muito pequena desse nanomaterial consegue mudar drasticamente as propriedades daquele material. Isso é excelente para o setor produtivo, pois altera pouco o custo final do produto”.

Fonte: MCTI