A prática de atividade física provoca uma série de modificações morfológicas, fisiológicas e psicológicas no corpo humano, o que traz benefícios à saúde, ao bem-estar geral e garante uma eficiência funcional conhecida como aptidão física. Os exercícios incluem elementos considerados fundamentais para uma vida ativa e com menos riscos de doenças como obesidade, problemas articulares e musculares e doenças cardiovasculares, proporcionando uma perspectiva de vida mais longa e autônoma.

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Essas considerações são do Chefe do Departamento de Segurança da Base Naval da Ilha das Cobras e Pós-Graduado em Treinamento Desportivo, Capitão de Corveta (Educador Físico) Rodrigo Tiellet Oliveira Branco de Miranda, e do Chefe do Departamento de Educação Física do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), Capitão-Tenente (Educador Físico) Pedro Moreira Tourinho.

De acordo com eles, a aptidão física coopera para uma maior prontidão dos militares para o serviço, uma vez que os indivíduos aptos fisicamente são mais resistentes a doenças e se recuperam com mais rapidez de lesões do que pessoas inaptas fisicamente. Fator importante nas Forças Armadas, cuja necessidade de preparo físico é inquestionável, já que os militares têm que estar prontos permanentemente para serem acionados quando for preciso.

No entanto, devido à diversidade de locais em que os militares estão presentes, algumas adaptações são necessárias, como no caso de um navio. Independentemente do tipo de atividade realizada, o Treinamento Físico Militar (TFM) deve ser sempre orientado e praticado, mesmo em espaços reduzidos e em condições não usuais para a execução. “Apesar de ter a prática dificultada devido ao local, o exercício físico a bordo dos navios é uma forma de manter-se saudável e prevenir problemas de saúde”, afirmou o Capitão de Corveta Tiellet.

TFM a bordo dos navios
Um dos benefícios do TFM é servir como uma válvula de escape e meio de descontração em um ambiente que pode apresentar desgaste emocional e aumento nos índices de estresse, melhorando o relacionamento interpessoal, aumentando a disposição, a prontidão para o trabalho e a produtividade.

“As atividades devem ser realizadas de forma gradual e sistematizada, com o auxílio do militar responsável pelo TFM nos navios para proporcionar a manutenção preventiva da saúde do militar e para desenvolver e manter sua condição física. É possível observar a importância destinada ao TFM nas comissões operativas da Esquadra, como, por exemplo, ASPIRANTEX, ADEREX, entre outras operações que são realizadas ao longo do ano pela Marinha do Brasil”, detalhou o Capitão-Tenente Pedro Moreira.

No cumprimento de sua missão, os navios realizam diversas operações e adestramentos militares para treinamento do seu pessoal. Desse modo, durante o período das operações no mar, esses militares passam muitos dias, e até meses, fora de casa e afastados da vida social mais ampla, em um regime semelhante a um confinamento.

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Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico”, capitânia da Esquadra

Importância das atividades físicas
Segundo o Guia sobre Condicionamento Físico, Nutrição Esportiva e Prevenção de Lesões do CEFAN, estima-se que, no Brasil, cerca de 47% da população é considerada sedentária. De acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde, o sedentarismo é o quarto maior fator de risco de mortalidade, perdendo apenas para doenças relacionadas ao aumento da pressão arterial, ao fumo e à glicemia elevada. O sedentarismo é responsável também por, pelo menos, 21% dos casos de tumores malignos na mama e no cólon; 27% dos registros de diabetes; e 30% das doenças cardíacas.

Segundo o Capitão de Corveta Tiellet, “a inatividade física, independentemente do método de classificação, é onerosa à economia da saúde em todo o mundo e diretamente responsável pelo alto gasto com medicamentos, internação hospitalar e consultas clínicas. Estudos mostram que quanto maior o nível de atividade física, menor uso e custo com medicamentos, consultas clínicas e hospitalizações”.

Ele também reforça que “especificamente no Brasil, estima-se que uma diminuição em 50% na inatividade física poderia reduzir os custos com medicamentos e internações relacionados a diabetes em 13%, e relacionados à hipertensão em 12%. Em nosso País, a inatividade física se relaciona com 3% a 5% das principais doenças crônicas não transmissíveis e com 5,31% de mortes por todas as outras causas”.

Desempenho profissional 
A condição física do militar é essencial para a manutenção da saúde, da eficiência em seu desempenho profissional. A tomada de decisão diante de imprevistos e a segurança da própria vida dependem, em muitas situações, direta ou indiretamente, das qualidades físicas e do espírito de corpo proporcionados pela prática do TFM.

A prática de exercícios físicos provoca, naturalmente, diversas adaptações no funcionamento do organismo. Essas adaptações trazem benefícios para a saúde e propiciam condições para a eficiência do desempenho profissional. Também tem sido demonstrado que uma vida ativa está relacionada à saúde mental positiva e ao bom humor dos praticantes, podendo desenvolver requisitos básicos e atributos da área afetiva que, estimulados e aperfeiçoados, poderão atuar eficazmente no comportamento, exercendo papel fundamental na personalidade.

“Existem diretrizes na própria Marinha que orientam a prática de exercícios e tentam minimizar sua dificuldade de execução em navios ou em ambientes com espaço reduzido. Além disso, o CEFAN dispõe do Programa de Orientação e Apoio ao TFM, com profissionais qualificados disponíveis para assessorar as diversas Organizações Militares da MB no assunto TFM”, explicou o  Capitão-Tenente Pedro Moreira.

Ele complementa que há diversos benefícios com a prática dos exercícios físicos como a melhora da autoestima, da imagem corporal, da tensão muscular e da insônia além da diminuição do estresse e da ansiedade. “A prática pode atuar também na diminuição de cefaleias, hostilidades, fobias, erros no trabalho, raiva, abuso de álcool, ansiedade e depressão”, conclui.

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Militares das três Forças participaram este ano da NAVAMAER, tradicional competição entre atletas-militares que servem para estimular a prática de exercícios físicos e desportivas
Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).