Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa, realizado em parceria pela Escola Superior de Guerra (ESG) e pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), teve a participação do Almirante de Esquadra José Augusto Vieira da Cunha de Menezes, Diretor-Geral do Material da Marinha, no dia 15 de julho. O Almirante realizou sua exposição sobre o tema “As Contribuições da Pesquisa & Desenvolvimento da Área Militar: incremento da Indústria de Defesa na Região Sul”.

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O palestrante ressaltou logo no início de sua apresentação a importância do mar para o Brasil e sua sociedade: “Escoamos mais de 95% do comércio exterior brasileiro por nossas rotas marítimas e mais de 90% das comunicações globais são feitas por uma extensa malha de cabos submarinos, e não por satélites, como alguns poderiam imaginar”, revelou.

Esse território de riqueza marítima do País é conhecido como Amazônia Azul, composta por 5,7 milhões de metros quadrados de extensão que aportam riquezas e limites que estabelecem a soberania brasileira através do espaço marítimo.

 De acordo com estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, até 2030,  é previsto um crescimento anual de 3,5% nas indústrias baseadas nos oceanos, com a perspectiva de criação de milhões de vagas de emprego, dado que ratifica a importância do fortalecimento do poder naval para a proteção e geração de riquezas.
A Economia do Mar, ou Economia Azul, compreende atividades econômicas, industriais, comerciais, científica e tecnológicas que têm o ambiente aquático como base ou interesse.

“É importante se destacar que a Economia Azul vem se mostrando cada vez mais participativa na geração de divisas para o Brasil. A indústria do petróleo e gás, por exemplo, corresponde a cerca de 13% do PIB e é responsável pela geração de empregos e pelo progresso na região costeira”, destacou o Almirante.

Com a visão dessa importância estratégica, o Programa Classe Tamandaré foi iniciado em 2017 pela Marinha do Brasil, com o objetivo de construir nacionalmente quatro fragatas de alta complexidade tecnológica, com previsão de entrega para o período 2025-2028. Ele representa um passo fundamental para o fortalecimento da Defesa brasileira e confirmação de sua capacidade de atuação em cenários internacionais, mostrando-se um legado para o País. Em março de 2020, foi assinado o contrato com o consórcio Águas Azuis.

Os navios serão capazes de atuar em busca e salvamento, no combate a crimes ambientais (como o vazamento de óleo no litoral brasileiro em 2019), pesca ilegal, tráfico internacional, pirataria, contrabando, entre outros crimes. O Almirante Cunha ainda salientou os cuidados e critérios considerados em todo o processo de análise, escolha, projeto, desenvolvimento e construção da Classe Tamandaré, com diretrizes de órgãos e entidades com expertise em aspectos técnicos e legais e sempre pautado em diplomas e diretrizes orçamentárias.

O programa representa um incremento na capacidade de defesa da Amazônia Azul, traz boas práticas de Transparência e Governança, promove a geração e a manutenção de empregos diretos e indiretos, e contribui para a participação da indústria nacional, com o fortalecimento da estrutura produtiva nacional e o fomento do desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos e de serviços (também conhecido como “cluster naval”) no contexto da Base Industrial de Defesa.

Após a palestra, os participantes tiveram a oportunidade de realizar perguntas e tirar dúvidas com o Almirante. A videoconferência foi acompanhada pelo Comandante da ESG, Almirante de Esquadra Wladmilson Borges de Aguiar, pelo Subcomandante da Escola, Major Brigadeiro do Ar Leonidas de Araújo Medeiros Júnior, e pelo Diretor do Campus Rio da ESG, General de Brigada Marco Antonio Martin da Silva.

O III Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa conta com oito semanas de programação 100% on-line, debruçando-se sobre aspectos da Defesa, Infraestrutura, Desenvolvimento e perspectivas para o cenário pós-pandemia. Além de integrantes da FIESC e da ESG, o Ciclo também conta com a participação das Federações das Indústrias dos Estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Tocantins e Minas Gerais.

Fonte: ESG

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).