General Elias compartilha experiência na ONU em aula inaugural da ECEME

A experiência internacional na gestão de crises e operações de paz foi o tema central da aula inaugural do Ano Letivo 2025 da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). No dia 30 de janeiro, a instituição recebeu o General de Divisão Veterano Elias, ex-Comandante da ECEME, para ministrar a palestra de abertura. O oficial compartilhou sua vivência como Force Commander da MONUSCO, a missão da ONU na República Democrática do Congo, destacando os desafios enfrentados e as estratégias aplicadas para estabilizar uma das regiões mais complexas do mundo.

A homenagem ao General Elias e seu legado na ECEME

Antes de iniciar sua exposição, o General Elias foi homenageado pela ECEME com a concessão do título de Professor Emérito da Escola, um reconhecimento à sua dedicação ao ensino e à formação dos líderes militares do Exército Brasileiro. A honraria ressalta a importância de sua contribuição ao longo dos anos para a qualificação de oficiais que ocupam cargos estratégicos na Força Terrestre e no setor de Defesa do Brasil.

A solenidade também marcou a presença do General Elias no Livro de Honra da ECEME, onde registrou suas palavras e reflexões sobre a importância do ensino militar e o papel da instituição na formação de comandantes capacitados para enfrentar os desafios contemporâneos da segurança global. O reconhecimento reforçou o legado deixado pelo oficial na Escola e sua influência na formação das novas gerações de líderes militares.

A experiência do General Elias na MONUSCO

O ponto central da aula inaugural foi a apresentação do General Elias sobre sua atuação como Force Commander da Missão da ONU para a Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO). A missão de paz, considerada uma das mais desafiadoras das Nações Unidas, ocorre em um dos países mais ricos em recursos minerais do mundo, mas também marcado por instabilidade política, conflitos armados e crises humanitárias.

O General Elias destacou que, embora a solução definitiva para conflitos seja essencialmente política, cabe aos militares criar condições seguras e estáveis para que o diálogo e a negociação possam prosperar. Ele ressaltou que a estratégia adotada pelo contingente sob seu comando baseou-se na prevenção, proatividade e performance, garantindo que as operações militares estivessem alinhadas ao mandato da ONU e aos objetivos estratégicos de pacificação da região.

Além do emprego operacional das tropas, a atuação da MONUSCO exigiu uma abordagem integrada, envolvendo agências regionais, organizações internacionais e lideranças locais. Essa coordenação foi essencial para estabelecer canais de comunicação, garantir a proteção de civis e implementar medidas eficazes de estabilização.

Lições de liderança e estratégia para os futuros comandantes

Na conclusão da aula inaugural, o General Elias compartilhou reflexões sobre as competências essenciais para a liderança militar no século XXI. Ele destacou que, além da excelência técnica e profissional, o líder militar precisa desenvolver valores sólidos, capacidade de comunicação e, acima de tudo, coragem para tomar decisões estratégicas em cenários de alta complexidade.

Essas características são fundamentais não apenas para o desempenho em missões internacionais, mas também para a atuação dos futuros comandantes da Força Terrestre em diversas áreas, seja no planejamento operacional, na gestão de crises ou na formulação de estratégias de defesa.

A ECEME, como referência na formação de oficiais do Exército Brasileiro, reafirmou seu compromisso em preparar seus alunos para os desafios da atualidade, incorporando as lições aprendidas em missões reais à sua grade curricular. O evento reforçou a importância do intercâmbio de experiências e da busca contínua pelo aperfeiçoamento profissional dos líderes militares do país.