Exército projeta mais tropas e infraestrutura militar no Norte do país

Soldados posando em frente ao rio, céu azul.
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O Exército Brasileiro deu mais um passo na consolidação de sua presença estratégica na Amazônia Oriental. Em visita às localidades de Tiriós (PA) e Oiapoque (AP), o Comandante do Exército, General Tomás, anunciou que a Força projeta ampliar a estrutura do Comando Militar do Norte (CMN). A iniciativa inclui a criação de novos pelotões, a chegada de tropas especializadas e o fortalecimento da 22ª Brigada de Infantaria de Selva, com o objetivo de garantir soberania, segurança e apoio às comunidades na faixa de fronteira.

Capacidade operacional: como será a expansão do Comando Militar do Norte

Soldados do exército reunidos em base militar no Pará.

Durante a visita às unidades de fronteira, o General Tomás detalhou os planos de expansão do CMN, enfatizando que a 22ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Macapá (AP), deverá ganhar novas subunidades operacionais. Entre elas estão previstas a criação de um Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, tropas de Polícia do Exército, de Logística e outras unidades de apoio especializado, ampliando a capacidade de atuação em ambientes de selva e fronteira remota.

A proposta é completar a estrutura da brigada para torná-la plenamente autônoma em termos operacionais e logísticos, capaz de responder de forma rápida e eficaz às demandas da região. O Exército também reforça sua articulação com a Marinha e a Força Aérea, por meio do Comando Operacional Conjunto MARAJOARA, especialmente em preparação para a COP 30, evento internacional que acontecerá em Belém em 2025 e exigirá máxima segurança.

Presença e apoio às comunidades: a face social da atuação militar na fronteira

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Além da dissuasão e do preparo para a defesa da pátria, a presença do Exército nas fronteiras amazônicas cumpre também uma função social essencial. Pelotões como o de Tiriós, no extremo norte do Pará, são as únicas instituições permanentes do Estado em localidades isoladas. Lá, os militares prestam atendimento médico e odontológico à população indígena, distribuem medicamentos, transportam pacientes e mantêm um canal direto de diálogo com as lideranças locais.

O relato do Cabo Yan Tirió, indígena da Aldeia Juruti e integrante do Pelotão Especial de Fronteira, exemplifica essa conexão. Ele atua como intérprete, guia e elo cultural entre o Exército e os povos originários. Essa proximidade fortalece a segurança, o respeito mútuo e a vigilância colaborativa, já que os próprios moradores alertam as tropas sobre movimentações suspeitas ou ameaças, como garimpo ilegal, contrabando e tráfico transfronteiriço.

Soberania e segurança: a importância geopolítica da Amazônia Oriental

A região visitada pelo Comandante do Exército faz fronteira com dois países: Suriname e Guiana Francesa (território ultramarino da França). Esse contexto exige vigilância permanente e uma presença militar consolidada, especialmente em tempos de pressão internacional sobre a Amazônia e disputas narrativas sobre soberania e preservação ambiental.

A frase “Aqui começa o Brasil”, gravada na base de Clevelândia do Norte, resume o simbolismo da missão. A faixa de fronteira é, além de linha geográfica, um limite estratégico de defesa do território nacional. A atuação militar, nesse cenário, representa o braço armado do Estado, a mão amiga da população e o escudo da soberania brasileira. A expansão do CMN é, portanto, mais do que um reforço de tropas: é uma afirmação geopolítica do Brasil sobre sua Amazônia.

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